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Dias após aniversário de golpe, Lula recebe militares no Planalto

Após humores com a caserna terem sido agravados pelos atos de 8 de janeiro, presidente Lula e militares concordaram em distensionar relação

atualizado

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Lula e militares durante a posse
1 de 1 Lula e militares durante a posse - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Dando continuidade à estratégia de reaproximação com militares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá, nesta terça-feira (4/4), sua sexta agenda com representantes das Forças Armadas em um mês.

Lula participa, às 16h, de cerimônia de apresentação dos oficiais generais que foram promovidos em 31 de março. O evento ocorre três vezes ao ano. Será a primeira promoção que o petista participa desde que tomou posse para o seu terceiro mandato como presidente da República.

A agenda deve reunir, além dos 56 oficiais promovidos, o ministro da Defesa, José Múcio, e os chefes das Forças Armadas: general Tomás Ribeiro Paiva, do Exército; almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, da Marinha; e tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, da Aeronáutica.

O compromisso desta terça também ocorre dias após as Forças Armadas não divulgarem, pela primeira vez em cinco anos, mensagem comemorativa do golpe militar de 1964, que completou 59 anos no último dia 31 de março. A celebração da ditadura militar, que durou 21 anos no Brasil (entre 1964 a 1985), existiu em diferentes formatos e era realizada em quartéis até meados dos anos 2000, quando foi interrompida.

Entre 2019 e 2022, no entanto, a prática foi retomada por ordem do então presidente Jair Bolsonaro (PL), com textos emitidos pelo Ministério da Defesa. Já na gestão Lula, por orientação da Defesa, as tropas foram alertadas de que haveria punição em caso de qualquer tipo de celebração da data por militares da ativa.

Exército troca chefias de sete dos oito Comandos Militares

8 de janeiro

A relação entre Lula e os militares foi agravada após os atos de 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais promoveram ataques na área central de Brasília, invadindo e depredando as sedes dos Três Poderes.

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Manifestantes bolsonarista enfrentam a polícia, invadem e destroem o Congresso Nacional
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Atos antidemocráticos do 8 de Janeiro
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Um dia após os ataques, o petista chegou a afirmar que “muita gente” das Forças Armadas foi “conivente” com os atos. Após as declarações, Lula e militares concordaram em distensionar a relação e, desde março, o presidente tem aumentado o número de agendas ao lado das Forças Armadas.

Além disso, o presidente escalou o vice, Geraldo Alckmin (PSB), para coletar as prioridades de investimentos de cada uma das Forças. O vice-presidente tem deixado clara a intenção do governo de retomar os investimentos na área de Defesa.

Veja abaixo, as agendas que Lula teve com militares ao longo do último mês:

  • Em 9 de março, o mandatário se reuniu com o presidente Superior Tribunal Militar (STM), Francisco Joseli Parente Camelo, no Palácio do Planalto;
  • Na semana seguinte, no dia 15, almoçou com o almirante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, na sede do comando;
  • No dia 16, compareceu à posse do ministro Francisco Joseli Parente Camelo, no STM;
  • Já no dia 20, se reuniu com o ministro da Defesa, José Múcio, e os três comandantes, no Planalto; e
  • No último dia 23, visitou o Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, acompanhado do comandante da Marinha.

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