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“Dia 30 será maior”: estudantes prometem dar o troco aos bolsonaristas

Líderes de legendas da oposição não demonstram otimismo e acreditam que atos desta quinta-feira (30/05/2019) serão inferiores aos do dia 15 de maio

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ANDRE BORGES/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES
Manifestações-educação-tamanho novo xx
1 de 1 Manifestações-educação-tamanho novo xx - Foto: ANDRE BORGES/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES

No dia 15 de maio, o vermelho tomou conta das ruas do país em manifestações contrárias ao bloqueio de verbas na área de educação anunciado pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). No último domingo (26/05/2019), foi a vez da réplica, com os bolsonaristas trazendo de volta o verde-e-amarelo para exigir do Congresso Nacional a aprovação de medidas como a reforma da Previdência e o pacote anticrime. Para esta quinta-feira (30/05/2019), os grupos pró-educação prometem que “dia 30 será maior”. É a vez da tréplica.

O desafio é duro. Para superar os atos do dia 15, oposição, professores e estudantes, os protagonistas dos protestos contra o contingenciamento nos recursos da educação, precisarão mobilizar manifestantes em mais de 222 cidades de 26 estados e no Distrito Federal.

Não será fácil. O otimismo que uniu todas as categorias na primeira manifestação pela educação aparentemente não está dando liga agora. O motivo seria o fato de que a mobilização para esta quinta-feira (30/05/10) teria à frente o movimento estudantil, ao passo que, no dia 15, a organização foi de sindicatos de professores de todo o país.

Líderes de legendas de oposição, como PT, PSB, PDT, PSol e PCdoB, além de representantes da Rede e do PCB, se reuniram nesta quarta-feira (29/05/2019), em Brasília, e avaliaram que os atos desta quinta devem ser menores que os do dia 15.

“É difícil que as manifestações sejam maiores do que as do dia 15, que foram muito grandes e superaram as expectativas”, reconhece Juliano Medeiros, presidente nacional do PSol, para depois fazer um adendo: “Mas não serão menores nem mais frágeis do que as de domingo [pró-reformas de Bolsonaro]”.

Organização
De fato, as manifestações desta quinta-feira (30/05/2019) foram convocadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) ainda durante os atos do dia 15. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional dos Pós-Graduandos também participam da organização.

Vários partidos oficializaram o apoio aos atos. Representantes de 30 movimentos, entre eles nove centrais sindicais e pastorais católicas, entregaram à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) um pedido de adesão aos protestos. A entidade não se pronunciou.

“Estive na Câmara dos Deputados em uma audiência pública na última semana para tentar argumentar com o ministro da Educação [Abraham Weintraub] contra os cortes, mas ele se recusa a nos ouvir”, diz a presidente da UNE, Marianna Dias, no site da instituição.

Então, será pelas ruas que ele vai ter que entender. No dia 15, levamos mais de dois milhões de pessoas para as ruas e o próximo dia 30 tem tudo para repetir esse público

Marianna Dias, presidente da UNE

Tsunami
Pedro Gorki, presidente da UBES, em Brasília, avalia que o corte do orçamento da rede federal de ensino, anunciado inicialmente como penalização por balbúrdia em três universidades, “foi a gota d’água que virou um tsunami”.

“Nós voltaremos às ruas até reverter este corte e ter uma escola e uma universidade públicas do tamanho dos sonhos da juventude”, ressalta.

Na Universidade de Brasília (UnB), professores e servidores vão cruzar os braços hoje para participar do 2º Dia Nacional em Defesa da Educação. Uma manifestação está marcada para as 10h, em frente ao Museu Nacional.

A decisão da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) por paralisar todas as atividades e aderir à mobilização foi tomada nessa terça-feira (28/05/2019). Um dos argumentos é que o segundo dia de protestos nas ruas seria estratégico para demonstrar ao governo federal a insatisfação da população com o contingenciamento orçamentário e a reforma da Previdência.

Mais gás
Depois do último domingo (26/05/2019), os analistas foram praticamente unânimes em dizer que, embora tenha perdido em número de participantes aos atos do dia 15, o movimento pró-Bolsonaro deu gás para o presidente na sua cruzada contra o que chama de “velha política”.

De certa forma, esse êxito pode dar combustível também à mobilização de hoje. Os manifestantes pró-educação prometem dar o troco. E caso os protestos arregimentem simpatizantes e sejam bem-sucedidos, os estudantes poderão endereçar um recado ao Palácio do Planalto: “úteis”, sim; “idiotas”, não.

Veja o roteiro dos atos deste dia 30 aqui.

Confira a programação dos manifestos nas capitais:

  • Aracaju: Praça General Valadão, região central, a partir das 15h;
  • Belém: Praça da República, no bairro Campina, às 16h;
  • Belo Horizonte: Praça Afonso Arinos, no centro, às 17h;
  • Boa Vista: Centro Cívico, a partir das 16h;
  • Brasília: Museu Nacional da República, a partir das 10h;
  • Campo Grande: Praça Ary Coelho, no centro, a partir das 15h;
  • Cuiabá: Praça Alencastro, no Centro Norte, às 14h;
  • Curitiba: Praça Santos Antrade, no centro, às 18h;
  • Florianópolis: Praça XV de Novembro, no centro, a partir das 15h;
  • Fortaleza: Praça da Gentilândia, bairro Benfica, às 14h;
  • Goiânia: Praça Universitária, Setor Leste Universitário, a partir das 15h;
  • João Pessoa: Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPB, a partir das 15h;
  • Macapá: Praça da Bandeira, no centro, a partir das 15h;
  • Maceió: Praça do Centenário, bairro do Farol, a partir das 13h;
  • Manaus: Praça da Saudade, no centro, a partir das 15h;
  • Natal: Praça Cívica, no bairro Petrópolis, às 15h;
  • Palmas: Universidade Federal do Tocantins (UFT), às 18h;
  • Porto Alegre: Esquina Democrática, no centro histórico, às 18h;
  • Porto Velho: Universidade Federal de Rondônia (UNIR), no centro, às 16h;
  • Recife: Rua Aurora, em Santo Amaro, a partir das 15h;
  • Rio Branco: Praça da Revolução, centro, a partir das 11h;
  • Rio de Janeiro: Candelária, região central, a partir das 15h;
  • Salvador: Praça do Campo Grande, próximo ao Teatro Castro Alves, a partir das 10h;
  • São Luís: Praça Deodoro, centro, a partir das 15h;
  • São Paulo: Largo da Batata, em Pinheiros, a partir das 17h;
  • Teresina: Praça da Liberdade, no centro, às 8h;
  • Vitória: Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo, na Avenida Fernando Ferrari, às 16h30.

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