DF se prepara para brigas de grupos rivais na votação do impeachment
O governador Rodrigo Rollemberg e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se reuniram nesta terça-feira (5/4) para discutir a segurança nos dias de votação do processo de impedimento de Dilma. GDF pediu informações sobre o calendário do parlamento
atualizado
Compartilhar notícia
A iminente votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados acendeu o sinal de alerta das forças de segurança locais, que temem confrontos entre grupos pró e contra a petista no gramado em frente ao Congresso Nacional. Tanto que, nesta terça-feira (5/4), o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), reuniu-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no gabinete do parlamentar. No encontro, ocorrido a pedido do socialista, foram discutidas questões relativas à segurança pública nos dias previstos para a votação do pedido de impedimento da petista.
O cuidado é com as manifestações a favor e contra o impeachment: “Há uma preocupação da área de segurança em função do grande contingente de pessoas que deverão vir a Brasília, e é muito importante sabermos essas datas para nos programarmos da melhor forma possível”, disse o governador.Rollemberg pediu informações sobre o calendário de votação. “O presidente da Câmara disse que deve ser iniciada na sexta-feira, dia 15, e possivelmente se estender até o dia 17, domingo. Se for deixada para a semana seguinte, poderá se alongar e ir, em última hipótese, até o dia 21 (aniversário de Brasília)”, explicou, ao fim do encontro. “Essa decisão cabe à Câmara dos Deputados, e a nossa preferência é que todo o processo ocorra ao longo de dias úteis, mas vamos nos preparar para garantir a integridade das pessoas e do patrimônio”, finalizou.
Acompanharam o governador na ida à Câmara dos Deputados o chefe da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais, Sérgio Sampaio, e o secretário-adjunto de Relações Institucionais da pasta, Igor Tokarski.
Comitê
Com o objetivo de ajudar na construção de soluções pacíficas para as manifestações previstas para este e o próximo mês, na sexta-feira (1º), a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social criou o Comitê de Pacificação, em parceria com movimentos sociais e organizações da sociedade civil.
O grupo será formado por representantes da pasta e de organizações contra e a favor do impeachment, além de instituições mediadoras. Os integrantes serão definidos ao longo desta semana.
Será definida uma agenda de manifestações e informados às forças de segurança os detalhes de cada evento, de forma que as polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros, o Departamento de Trânsito e outros agentes do Estado possam planejar melhor as ações. Os integrantes dos movimentos atuarão ainda como interlocutores nos respectivos grupos para assegurar as medidas pactuadas. Os mediadores terão o papel de garantir o diálogo e pacificar conflitos, se houver, tanto na fase de planejamento das operações quanto nos dias de protestos.
Confusão
A ideia é evitar incidentes como o de 17 de março, quando manifestantes pró e contra o governo entraram em confronto durante a cerimônia de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil.
Um grupo vestido de verde e amarelo tentou carregou uma faixa com “Somos todos Moro” próximo ao local onde pessoas com camisetas vermelhas entoavam gritos de guerra. Depois de provocações de ambos os lados e da polícia tentar impedir o conflito, dois grupos menores entraram em choque e trocaram socos e bandeiradas.
A policia precisou usar spray de pimenta e cassetetes para dispersar a briga. O batalhão de Choque e cavalaria foram acionados para conter os ânimos. Durante a confusão, um manifestante acabou sendo espancado. Aproximadamente 2,3 mil pessoas participaram do protesto. Com informações da Agência Brasília