Desafeto de Bolsonaro, Macron se reúne com Lula em Paris
No governo Bolsonaro, relação entre Brasil e França foi marcada por constante troca de farpas e críticas à política ambiental brasileira
atualizado
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No último dia de sua visita à Europa, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com o presidente da França, Emmanuel Macron, para tratar de temas como o combate ao desmatamento, a guerra entre Ucrânia e Rússia e o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Em janeiro deste ano, durante uma conversa por telefone, Lula e Macron trataram, entre outros assuntos, sobre os riscos da extrema direita à democracia. Em maio, os dois se encontraram pessoalmente durante reunião do G7, no Japão.
Segundo o Palácio do Planalto, o Brasil é o principal parceiro comercial da França na América Latina. No ano passado, por exemplo, o fluxo comercial entre os dois países foi de US$ 8,4 bilhões.
O Brasil exporta produtos como farelo de soja, petróleo bruto, minério de ferro e celulose para a França, enquanto o governo brasileiro importa manufaturados, como motores e máquinas.
Lula vs Bolsonaro
Há grande expectativa para o encontro entre os presidentes Lula e Macron. Os dois mantém boa relação e retomaram os laços diplomáticos desde que o petista venceu as eleições presidenciais do ano passado.
No governo de Jair Bolsonaro, a relação entre Brasil e França foi marcada por uma constante troca de farpas.
Um dos temas mais sensíveis entre os dois países era a política ambiental brasileira, criticada pelo líder francês durante a gestão Bolsonaro. O ex-presidente, por sua vez, tinha o costume de acusar Macron de ter interesses escusos em relação à floresta amazônica.
Agenda na Europa
O presidente Lula cumpre, nesta sexta, o seu último dia de agendas na Europa. É a terceira viagem do petista ao continente desde o início do ano.
Antes de viajar para a França, o brasileiro esteve na Itália, onde se reuniu com lideranças locais, com o presidente do país, Sergio Mattarella, e com o Papa Francisco.
Lula desembarcou na França nessa quinta-feira (22/6). Em Paris, ele discursou em um festival de música e defendeu que países ricos financiem a preservação de florestas como a Amazônia.
Nesta sexta, além da bilateral com Macron, o presidente ainda participa da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, que reúne chefes de Estado de todo o mundo.
O evento tem o objetivo de discutir o sistema financeiro internacional e a redução de desigualdades. Na ocasião, temas como o combate às mudanças climáticas e a preservação do meio ambiente, provavelmente, serão abordados.