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Deputados pedem a renúncia de Cunha

Para integrantes do Conselho de Ética da Câmara, decisão do STF de tornar presidente da Casa réu no âmbito da Lava Jato reforça um futuro pedido de cassação

atualizado

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eduardo cunha
1 de 1 eduardo cunha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A decisão da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em tornar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no âmbito da Operação Lava Jato agravou a situação do peemedebista na Casa. Deputados de oposição e governistas pediram em plenário a renúncia de Cunha.

Para integrantes do Conselho de Ética da Câmara, a nova condição do presidente da Casa reforça um futuro pedido de cassação. “Estamos aqui a pedir sua renúncia para que a Câmara possa aliviadamente respirar. Não podemos mais ficar aqui olhando como se nada estivesse acontecendo. Mudou tudo a partir de hoje”, declarou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

“É muito constrangedor ter que vir à tribuna dizer isso na frente do presidente da Câmara, que vira as costas. Até quando vamos viver isso?”, indagou Bueno, acusando Cunha de promover “chicana” e “obstruções”.

Governistas também atacaram. “Estamos nesta tribuna, em nome da bancada do PT, pedindo o imediato afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Casa (Câmara)”, afirmou o deputado Henrique Fontana (RS). “Ele é covarde, arrogante. Levanta da Mesa, vira o rosto. Suas mentiras estão chegando ao fim”, disse.

A tropa de choque do peemedebista reagiu. “Está cheio de juiz nesta Casa. Queria pedir aos colegas que respeitassem Vossa Excelência, que não foi condenado. Temos que respeitar o direito que Vossa Excelência tem de se defender no STF”, disse o deputado Laerte Bessa (PR-DF), integrante da “bancada da bala”, uma das frentes de sustentação a Cunha.

Misto, goiaba e café
O peemedebista tentou expressar tranquilidade. “Estou tranquilo porque estou com a verdade, estou com a inocência. Não tenho nada com o que me preocupar”, afirmou o presidente da Câmara. Ele acompanhou o julgamento pela TV, em seu gabinete. Quem passou por lá disse que, comendo misto quente, tomando suco de goiaba e café, o peemedebista parecia despreocupado.

Conselho
Para integrantes do Conselho de Ética, a decisão parcial do STF já garante condições para que o relator do processo contra Cunha, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), retome em seu parecer elementos que haviam sido retirados por pressão do deputado Paulo Azi (DEM-BA), que poderia alterar o placar final da votação do colegiado, beneficiando o presidente da Câmara. Com o clima desfavorável a Cunha, seus opositores dizem que a tese de cassação do parlamentar torna a ganhar força.

Contrariando o discurso de seus aliados, Cunha disse que pretende recorrer da votação no Conselho de Ética em todas as instâncias que forem possíveis.

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