Deputados do PT e PCdoB enviam representação contra juiz Moro para CNJ
Os principais questionamentos do grupo são interceptações telefônicas que poderiam ser consideradas ilegais, como a da presidente da República, de ministros, senadores e de um escritório de advocacia
atualizado
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Deputados do PT e do PCdoB entregaram nesta sexta-feira (1º/4), uma representação ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para apurar possíveis infrações cometidas pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Os principais questionamentos do grupo são interceptações telefônicas que poderiam ser consideradas ilegais, como a da presidente da República, de ministros, senadores e de um escritório de advocacia.
Os parlamentares denunciam violação do sigilo na comunicação profissional entre advogado e cliente, por causa da interceptação telefônica do escritório de advocacia Teixeira, Martins & Advogados, que alcançou 25 advogados e cerca de 300 clientes. Segundo Paulo Pimenta (PT-RS), um dos autores do requerimento, Moro foi alertado por ofício diversas vezes pelas companhias telefônicas sobre os alvos dos grampos, mas manteve a decisão.
Foro privilegiado
Com a interceptação telefônica do ex-presidente Lula, também autorizada por Moro, foram alcançados políticos com foro privilegiado, como a presidente Dilma Rousseff. Por conta disso, os deputados afirmam que Moro teria desrespeitado a competência do Supremo Tribunal Federal. Eles questionam também a decisão uma gravação telefônica entre Lula e Dilma, juntada aos autos após despacho que determinava a suspensão da interceptação.
Outra denúncia é que Moro tornou público o conteúdo dessas gravações “sem autorização judicial e com objetivos não autorizados em lei”. Pimenta disse que o vazamento das interceptações telefônicas do ex-presidente Lula ocorreram com o único objetivo de “semear o caos e aumentar a instabilidade política do País.” Pimenta afirmou que o setor judiciário “não pode agir como se estivesse acima da Constituição”.
O documento protocolado hoje é assinado pelos deputados federais Afonso Florence (PT-BA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Henrique Fontana (PT-RS), Paulo Pimenta (PT-RS), Paulo Teixeira (PT-SP), Pepe Vargas (PT-RS), Rubens Pereira Junior (PCdoB-MA) e Wadih Damous (PT-RJ).