Deputado alvo da PF tem atuação nos bastidores e era aliado de Cunha
Eduardo da Fonte (PP) já foi denunciado ao menos duas vezes por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
atualizado
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Alvo de operação da Polícia Federal nesta terça-feira (24/4), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) é conhecido no Congresso Nacional por sua atuação nos bastidores. No terceiro mandato parlamentar consecutivo, ele ganhou influência no cenário político em 2015, após assumir a liderança do PP na Câmara com a ajuda do então recém-eleito presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB-RJ), de quem era aliado.
Da Fonte já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo menos duas vezes. Em agosto de 2016, o então procurador-geral Rodrigo Janot o denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto recebimento de propina para beneficiar a empreiteira UTC em obras da Coquepar, empresa que seria construída no Paraná para processamento de coque de petróleo.
A denúncia foi apresentada no âmbito da Operação Lava Jato e era pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ela teve como base a delação premiada do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa. Na colaboração premiada, o empreiteiro afirmou ter desembolsado R$ 300 mil para garantir a escolha da empresa, para obras jamais efetivadas. A denúncia ainda não foi analisado pelo Supremo.Eduardo da Fonte também havia sido denunciado em outro inquérito da Lava Jato, mas a Segunda Turma do STF rejeitou essa denúncia em dezembro do ano passado. A acusação era a de que o ex-líder do PP na Câmara teria agido para atrapalhar as investigações da CPI da Petrobras no Senado, em 2009, ao intermediar o pagamento de propina de R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, morto em 2014.
Durante a votação do impeachment da hoje ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado do PP chegou a negociar voto a favor da petista em troca de cargos no governo federal, como noticiou O Estado de S. Paulo à época. No fim, porém, acabou votando pelo afastamento da petista. Na hora da votação, colocou o filho, então com 15 anos de idade, para anunciar sua posição no Plenário da Câmara.