Deputada entra com notícia-crime contra Bolsonaro, Michelle e Cid
Pedido de investigação de parlamentar petista acontece após reportagem do Metrópoles revelar transações suspeitas dentro da Presidência
atualizado
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A deputada federal Camila Jara (PT-MS) entrou com notícia-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o antigo ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, do Exército. A parlamentar quer que as denúncias sejam investigadas para, caso confirmadas, sejam o princípio de uma ação judicial.
O pedido acontece após reportagem do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar a existência de uma espécie de caixa 2 na Presidência, com participação do ajudante de ordens e que podem ter beneficiado a ex-primeira-dama.
A reportagem afirma que Michelle receberia regularmente “encomendas” de uma amiga, no que poderia configurar a prática conhecida como “rachadinha” do salário da servidora Rosimary Cardoso Cordeiro, assessora do senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB-MA).
Ainda de acordo com a reportagem publicada por Rangel em 3 de fevereiro, Rosimary Cordeiro, que é amiga de Michelle há vários anos, teve o salário como assessora parlamentar aumentado de pouco mais de R$ 6 mil para quase R$ 17 mil nos primeiros meses do governo Bolsonaro, em 2019.
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A apuração revelou que funcionários do Palácio da Alvorada que auxiliavam a então primeira-dama tinham autorização permanente para realizar a operação de busca-e-traz, a bordo de carros oficiais da Presidência. Antes desta matéria, Rangel mostrou que investigação da Polícia Federal mapeou saques feitos por Mauro Cid de cartões corporativos da Presidência da República.
“Ressalto que esta notícia-crime é fruto de investigações jornalísticas e as informações descritas têm sido alvo de vociferações públicas. Os elementos explicitados são relevantes e merecem ser investigados com urgência, a fim de esclarecer a verdade dos fatos e tomar as medidas cabíveis para proteger o patrimônio público e garantir a justiça“, argumenta a deputada.