Deputada do Centrão é denunciada ao STF por organizar esquema de rachadinha
Iracema Portella (PP-PI) foi acusada pela PRG de embolsar mais da metade de salários de assessores
atualizado
Compartilhar notícia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a deputada federal Iracema Portella (PP-PI) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por organizar esquema de rachadinha no gabinete. O partido dela faz parte da nova base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo a acusação, a parlamentar teria embolsado mais da metade de salários de assessores, em parceria com o ex-deputado distrital Cristiano Araújo (PSD-DF). A apuração aponta que Portella teria cometido peculato, ou seja, desvio de dinheiro público, por abuso de confiança, para proveito próprio. Além disso, é acusada de associação criminosa.
Indicado pela deputada, Rogério Cavalheiro, ex-assessor do gabinete do distrital Cristiano Araújo, era obrigado a repassar a ela mais da metade do que recebia, todo mês, na Câmara Legislativa, desde que assumiu o cargo. Do salário de R$ 11,7 mil, ele ficava com R$ 4 mil, diz trecho da denúncia. O restante era levado, em dinheiro vivo, ao gabinete de Portella, na Câmara dos Deputados.
O esquema veio à tona durante busca e apreensão na casa do ex-marido de Portella, senador Ciro Nogueira (PP-PI), no âmbito da Operação Metanoia, desdobramento da Lava Jato. Eles foram casados por 25 anos e se separaram em 2019. Na casa dele, a Polícia Federal encontrou um envelope com R$ 8,2 mil em dinheiro, dois contracheques de Rogério e a inscrição “entregar nas mãos Dep.”.
A defesa da deputada nega as acusações. “A deputada federal Iracema Portella recebeu com surpresa a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, já que se trata de fatos inconsistentes. Entretanto, afirma que está tranquila e reafirma sua confiança na Justiça, que deverá revelar a verdade”, destaca, em nota.