Depois de “motociatas”, apoiadores de Bolsonaro anunciam “barqueata”
O evento está sendo organizado pelo vice-prefeito de Angra dos Reis, Christiano Alvernaz
atualizado
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Começaram a circular nas redes sociais, nesta sexta-feira (1º/10), convites para a “1ª barqueata do mito”, que acontecerá em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, neste domingo (3/10). O evento, que já conta com site oficial e até redes sociais, é organizado pelo vice-prefeito de Angra dos Reis, Christiano Alvernaz (Republicanos), e tem apoio de deputados governistas.
“As manifestações de apoio ao Presidente e ao Governo vão além das estradas e dos limites geográficos do país. Esse apoio é tão grande quanto a imensidão do nosso território e do litoral brasileiro”, diz texto na página oficial da manifestação. O evento é idealizado por Nelson Ilha, morador e famoso velejador de ilha Grande.
Além do vice-prefeito de Angra, o ato tem apoio dos deputados estaduais Anderson Moraes (PSL/RJ) e Charlles Batista (PSL/RJ) e do deputado federal Carlos Jordy (PSL/RJ).
A programação está prevista para durar 3 horas e compreenderá dois destinos. Às 10h30, os apoiadores prometem se concentrar na Praia das Flechas, na Ilha de Gipóia. O objetivo e chegarem às 12h45 à enseada da Praia do Anil, em Agra dos Reis.
Para os que não têm embarcação própria, os organizadores dão a opção de aluguel: um ingresso de R$ 100 para uma escuna, com direito apenas a água mineral; ou a versão VIP, que conta com uma lancha privativa para até 11 pessoas, por R$ 1.750 (valor relativo à diária de seis horas), segundo o Uol.
O Metrópoles questionou a Secretaria de Comunicação da Presidência sobre a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no evento, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
Motociatas
Os tracionais passeios de moto do presidente ao lado de apoiadores já custou mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos. Desde o início do ano, o chefe do Executivo participou de mais de 8 “motociatas”.
De acordo com relatório sigiloso do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo gastou R$ 1 milhão em apenas três dos eventos realizados — no Rio de Janeiro, em maio; e em São Paulo e Chapecó (SC), em junho.
O sigilo foi instaurado pois trata-se de um assunto relacionado à segurança do presidente. Gastos com a estrutura utilizada no deslocamento de Bolsonaro e de seus convidados aos locais dos eventos, como combustível e veículos, também foram contabilizados. A conta não inclui as verbas públicas utilizadas nas moticiatas de Bolsonaro em Brasília (DF), Uberlândia (MG), Santa Cruz do Sul (RS) e Pernambuco (PE), uma vez que o pedido de levantamento foi feito antes desses eventos.