Depois de ameaçar repórter, Bolsonaro se diz “perseguido” por emissora
Pelo Twiiter, o presidente alegou que é perseguido pela rede Globo há “pelo menos dez anos”
atualizado
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Após ameaçar um repórter da Globo ao dizer que gostaria de “encher” a boca do profissional “de porrada”, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alegou que é perseguido pela emissora há “pelo menos dez anos”.
Pelas redes sociais, ele também citou uma reportagem da revista Veja, que acusava herdeiros do grupo Globo de se envolverem com o doleiro Dario Messer. Em delação, ele disse que entregava dólares aos Marinho.
“Há pelo menos dez anos o sistema Globo me persegue e nada conseguiram provar contra mim”, escreveu no Twitter, nesta segunda-feira (24/08).
“Agora aguardo explicações da família Marinho sobre a delação do ‘doleiro dos doleiros’, onde valores superiores a R$ 1 bilhão teriam sido repassados a eles”, completou, em referência à reportagem.
Bolsonaro subiu o tom com o jornalista ao ser questionado sobre os depósitos do ex-assessor Fabrício Queiroz para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, enquanto trabalhava com seu filho, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
“Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?”, respondeu o mandatário do pais, emendando com um “seu safado” antes de se retirar do local. Investigadores à frente do caso que apura o esquema de “rachadinhas” por Queiroz enquanto funcionário de Flávio descobriram o repasse de R$ 89 mil para a conta de Michelle entre 2011 e 2016.
– Há pelo menos 10 anos o sistema Globo me persegue e nada conseguiram provar contra mim.
– Agora aguardo explicações da família Marinho sobre a delação do “doleiro dos doleiros”, onde valores superiores a R$ 1 bilhão teriam sido repassados a eles. pic.twitter.com/ZRS730K5Pg
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 24, 2020
Quanto à reportagem citada, a matéria liga Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”, condenado a 13 anos de prisão na semana passada, a herdeiros do Grupo Globo. Segundo o texto, José Aleixo, executivo da emissora Globo, recebia encomendas mensais de dólares a pedido de Messer.
Bolsonaro ainda não respondeu qual a origem dos depósitos feitos por Fabrício Queiroz à primeira-dama.