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Alves admite conta na Suíça, mas diz não saber como dinheiro chegou lá

Réu em ação penal sobre desvios do FI-FGTS, da Caixa, ex-ministro chorou em depoimento, por videoconferência, a juiz da 10ª Vara Federal

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Em Natal, PF prende Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Temer
1 de 1 Em Natal, PF prende Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Temer - Foto: MAGNUS NASCIMENTO/TRIBUNA DO NORTE/ESTADÃO CONTEÚDO

Preso em Natal, Henrique Eduardo Alves (PMDB), ex-deputado federal e ex-ministro do Turismo dos governos Dilma e Temer, prestou depoimento durante quase duas horas, por meio de videoconferência, ao juiz titular da 10ª Vara da Justiça Federal (Brasília), Vallisney de Souza Oliveira. Logo no início de sua oitiva, na tarde desta segunda-feira (6/11), o ex-ministro chorou ao falar sobre as acusações a ele imputadas, especialmente a de que movimentaria conta no exterior, onde foram encontrados 800 mil francos suíços (quase R$ 3 milhões). Henrique Eduardo Alves vem afirmando ser o beneficiário da conta na Suíça, mas diz não saber como o dinheiro foi parar lá.

A movimentação financeira ilegal rendeu a Alves acusações por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com a denúncia formulada pela Procuradoria-Geral da República, o dinheiro enviado ilegalmente para a Suíça seria fruto de propina paga pela Carioca Engenharia para que fossem liberados recursos do FI-FGTS, da Caixa.

Eu estava impaciente para falar. As acusações que pesam contra mim são absolutamente mentirosas

Ex-ministro Henrique Eduardo Alves ao juiz Vallisney de Souza Oliveira

Ele chorou, novamente, ao comentar sua história política; de como ajudou a unir o PMDB – “e agora estou passando por isso” – e ao declarar seu “amor pelo país”. O juiz Vallisney interveio: “Toma água aí para acalmar”.

Após o conselho, o político conseguiu retomar sua narrativa. Mas voltou a se emocionar pouco depois, ao falar sobre sua separação da ex-mulher, Priscila Jimenez, em 2011, e do tempo longe dos filhos. Ele afirmou ter aberto a conta na Suíça após o processo, que teria sido conturbado, para proteger seus bens da ex-mulher. Contudo, Alves também disse ter ficado desatento à movimentação financeira no exterior devido ao fim do relacionamento, por “estar passando um momento complicado”.

Caixa 2
O peemedebista é réu na ação penal que tramita na 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, para apurar suposto esquema de desvio de recursos do fundo FI-FGTS, controlado pela Caixa. A verba desfalcada abasteceria, por meio de propina, políticos do PMDB. Além dele, respondem na ação o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o suposto operador financeiro do PMDB e delator do esquema Lúcio Funaro, o ex-vice-presidente da Caixa e também delator Fábio Cleto, bem como o empresário Alexandre Margotto, que trabalhava com Funaro.

O ex-ministro não é delator no caso. Assim, ele afirmou ao juiz Vallisney que não responderá a perguntas formuladas por integrantes do Ministério Público Federal, por recomendação de seus advogados. Ao passar aos questionamentos de sua defesa, ele admitiu ter recebido recursos, por meio de caixa 2, para sua campanha ao governo do Estado do Rio Grande do Norte em 2014 (na qual foi derrotado). No entanto, disse não saber quanto nem quem seriam os responsáveis pelas doações irregulares.

Operação Manaus
Henrique Eduardo Alves foi preso, em junho deste ano, por conta de outra denúncia. A detenção ocorreu no âmbito da Operação Manaus, desdobramento da Lava Jato e igualmente deflagrada pela Polícia Federal para apurar suposto esquema de corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014. De acordo com a PF, o sobrepreço chegou a R$ 77 milhões.

Alves entrou na mira da força-tarefa da Lava Jato em janeiro do ano passado. Segundo os procuradores, ele fez lobby para a construtora OAS em dois tribunais de Contas a fim de evitar o bloqueio de recursos em obras da empreiteira na arena potiguar. A ação foi comprovada por mensagens trocadas entre Alves e o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, já condenado a 16 anos de reclusão por crimes cometidos no escândalo de corrupção da Petrobras.

Sobre o nome da operação, faz referência ao provérbio latino “Manus Manum Fricat, Et Manus Manum Lavat”, cujo significado é: uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra.

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