Empresário nega à CPI financiar fake news e discursos de ódio
Otávio Fakhoury é suspeito de ter repassado dinheiro a canais bolsonaristas que propagam desinformações sobre a pandemia da Covid-19
atualizado
Compartilhar notícia
O empresário Otávio Fakhoury, dono do site Crítica Nacional e vice-presidente do Instituto Força Brasil, negou, em depoimento nesta quinta-feira (30/9) à CPI da Covid-19, financiar fake news e discursos de ódio. Ele é apontado como financiador de campanhas de disseminação de informações falsas sobre a pandemia do novo coronavírus.
“Não produzo notícias, não sou jornalista. Sou um cidadão com opinião, injustamente acusado de ser financiador de discurso de ódio sem jamais ter pagado por qualquer matéria ou notícia. Tudo porque ousei acreditar na liberdade de expressão e defender que os conservadores e cristãos merecem debate no espaço público”, se defendeu.
Fakhoury é suspeito de ter repassado dinheiro aos canais Brasil Paralelo e Terça Livre. Os blogs são alvo da comissão após darem publicidade a medicamentos ineficazes contra a Covid-19, relativizarem a eficácia das vacinas contra a doença e criticarem medidas de isolamento social.
Assista:
Sessão suspensa
Pouco depois das 12h, a sessão foi suspensa após o advogado do depoente intervir e pedir ao senador, Renan Calheiros (DEM-AL), que deixe o empresário responder as perguntas feitas a ele. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), suspendeu a sessão por alguns minutos.
O nome do empresário bolsonarista entrou no radar da CPI após a quebra de sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico dos canais acusados de propagarem notícias inverídicas. Movimentações levantadas pela Receita Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontam transações e financiamentos de Fakhoury aos blogs.
O empresário chega ao depoimento à CPI amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe concede o direito ao silêncio em relação a questionamentos que o autoincriminem.
Fakhoury é velho conhecido de senadores que integraram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, além de ser investigado nos inquéritos do STF que apuram o planejamento de atos antidemocráticos e de disseminação de notícias falsas.
O empresário recém se filiou ao PTB, do bolsonarista Roberto Jefferson, preso por suposta participação em uma organização criminosa digital montada para atacar a democracia.