Delator da Odebrecht é proprietário do restaurante Soho em Brasília
O restaurante, de 700m² à beira do Lago Paranoá, tem 200 lugares. Em dezembro de 2014, ele inaugurou uma filial em Miami
atualizado
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O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, responsável pela delação premiada que revelou a entrega de dinheiro em espécie para um aliado do presidente Michel Temer, além de vários outros políticos, é dono de alguns empreedimentos, inclusive do restaurante Soho, em Brasília.
O restaurante, de 700m² à beira do Lago Paranoá, inaugurado em 2011, tem 200 lugares, sendo 100 na varanda, 40 no mezanino e 60 no salão principal. Do lado de fora, esculturas do artista-plático baiano Bel Borba. Em 2014, segundo a revista Encontro, o empresário viajou a Miami, Estados Unidos, com a esposa Cláudia, para acompanhar as obras do novo empreendimento, o Soho Miami, que foi inaugurado em dezembro.
Claudio também é dono de uma mansão no Lago Sul, região nobre de Brasília. Segundo o portal O Antagonista, além dessa casa, o empresário estaria construindo uma outra residência, avaliada em R$ 12 milhões, à beira do lago. Ainda de acordo com o site, desde que o executivo foi atingido pela Lava Jato, os pagamentos aos fornecedores da obra escassearam.Delação
De acordo com Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira, durante a campanha de 2014, emissários da Odebrecht levaram recursos para o escritório de advocacia de José Yunes, amigo e conselheiro próximo de Temer, em São Paulo. As informações, do jornalista Severino Motta, foram publicadas no BuzzFeed nesta sexta-feira (9/12).
Yunes é amigo do presidente há mais de 40 anos e já se autointitulou “psicoterapeuta político” de Temer. Graças a essa proximidade, o advogado foi nomeado assessor especial da Presidência da República.
O dinheiro entregue, segundo o delator, faria parte dos R$ 10 milhões que o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht havia destinado ao PMDB após acerto feito com Temer durante jantar em maio de 2014, no Palácio Jaburu. O atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, participou do encontro.
De acordo com Melo Filho, dos R$ 10 milhões prometidos, R$ 6 milhões teriam sido destinados à campanha do presidente da Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que concorria ao governo de São Paulo pelo PMDB em 2014. Os outros R$ 4 milhões teriam ido para Padilha e seria usado em campanhas do PMDB nas últimas eleições majoritárias.