Delator aponta propina de R$ 20 milhões a funcionários do BC
Objetivo, segundo um ex-empregado do Banco Paulista, era agilizar a importação de dinheiro de bancos paraguaios
atualizado
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Como parte de um acordo de delação premiada, o ex-funcionário do Departamento de Câmbio do Banco Paulista Paulo Cesar Haenel Pereira Barreto afirmou que funcionários do Banco Central receberam R$ 20 milhões em propina para agilizar a importação de dinheiro de bancos paraguaios. Os pagamentos teriam sido feitos, segundo ele, entre 2008 e 2015.
A homologação da delação, que envolve as forças-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, foi publicada no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 3ª Região nesta quarta-feira (15/01/2020). Quem assina a decisão é a juíza federal substituta Fabiana Alves Rodrigues.
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Paulo Cesar foi denunciado pela força-tarefa em junho de 2019, no âmbito da Lava Jato, por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Segundo os procuradores, o Banco Paulista efetuou “sem a efetiva contraprestação de serviços”, pagamentos na ordem dos R$ 52 milhões em favor de empresas que não existiam.
Já o Banco Paulista foi alvo da 61ª fase da operação, em maio do mesmo ano, por suspeita de lavar R$ 48 milhões para o Grupo Odebrecht entre 2009 e 2015.
Em nota, o Banco Central afirmou não ter sido comunicado do processo, mas disse que “todas as instituições autorizadas a operar em câmbio podem também realizar operações de importação e de exportação de dinheiro em espécie, sem depender para isso de qualquer outra ação ou autorização desta Autarquia”.
O Banco Paulista sustentou que “os acionistas e a diretoria reafirmam que mantêm uma relação ética no mais alto nível de respeito e de profissionalismo junto ao Banco Central do Brasil e que desconhecem e repudiam veementemente a prática mencionada na matéria”.
(Com informações da Agência Estado).