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Delator afirma que Pezão recebeu R$ 900 mil de esquema do TCE

O dinheiro teria sido entregue por empresas da área de alimentação que mantinham contratos com o Estado do Rio

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Wilson Dias/Agência Brasil
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1 de 1 973205-26082015-_wdo2301 - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Em delação premiada, o advogado Jonas Lopes Neto disse ter ouvido o subsecretário estadual de Comunicação do Rio, Marcelo Santos Amorim, afirmar que usou R$ 900 mil arrecadados em esquema de corrupção para pagar despesas pessoais do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (3/4) pela TV Globo. Segundo a emissora, o dinheiro foi entregue por empresas da área de alimentação que mantinham contratos com o Estado do Rio.

Lopes Neto é filho do conselheiro e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Jonas Lopes de Carvalho Júnior. Em uma delação firmada em 2016, um ex-executivo da empreiteira Odebrecht acusou Carvalho Júnior de integrar um esquema de corrupção que comprometia a função fiscalizadora do tribunal.

Em dezembro, o conselheiro foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal. Ele e o filho passaram então a negociar as próprias delações, que fundamentaram a operação O Quinto do Ouro, realizada na quarta-feira passada, 29. Na ocasião, a Polícia Federal prendeu cinco dos sete integrantes do TCE-RJ. O conselheiro do TCE-RJ e seu filho – que atuava como operador do esquema, recolhendo a propina nas empresas envolvidas e entregando ao próprio pai para divisão entre os conselheiros – , narraram vários episódios de corrupção.

Segundo Carvalho Júnior, Pezão sabia da situação e participou de pelo menos duas reuniões para debater o esquema. Já o filho afirmou na delação que em certa ocasião “Marcelinho (como é conhecido o subsecretário de Comunicação), além dos R$ 150 milrecolhidos na (empresa de alimentação) Milano, apresentou ao colaborador uma anotação indicando que teria arrecadado quase R$ 900 mil junto às demais empresas (do setor), mas teria utilizado a quantia para pagamento de despesas do governador Pezão”. O subscretário é casado com uma sobrinha de Pezão e, na última quarta-feira, foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento.

Segundo os delatores, o esquema de propinas envolvendo empresas de alimentação começou em 2015, quando o governo do Estado passou a usar o dinheiro de um fundo do TCE-RJ para pagar dívidas com fornecedores de refeições a presidiários. Conforme as delações, como o dinheiro estava sob responsabilidade dos conselheiros, eles cobravam dessas empresas para autorizar o pagamento a elas: retinham e dividiam entre si 15% do valor a ser pago. Em pelo menos uma ocasião, no entanto, parte do valor arrecadado foi usado para pagar despesas de Pezão, diz Lopes Neto. Ele afirma ter ouvido essa informação do subsecretário e sobrinho do governador.

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