Delação premiada de Lúcio Funaro é homologada no STF
Ministro Edson Fachin manteve o conteúdo sob sigilo. Preso em Brasília, Funaro é acusado de arrecadar propina para o PMDB
atualizado
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O acordo de delação premiada do operador financeiro Lúcio Funaro foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (5/9). O conteúdo dos depoimentos, contudo, será mantido sob sigilo, conforme decisão do ministro Edson Fachin. A expectativa é que o depoimento de Funaro traga novas acusações sobre políticos com foro privilegiado.
Em sua lista, constam o presidente da República, Michel Temer; o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha; o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco; e o ex-ministro Geddel Vieira Lima — todos do PMDB —; além do empresário Ricardo Leal, que integrava o conselho de administração do Banco de Brasília (BRB) até fevereiro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aguardava a homologação para poder utilizar na denúncia que prepara contra o presidente da República, Michel Temer, parte dos conteúdos apresentados por Funaro. Após ter a denúncia por corrupção passiva contra si barrada na Câmara dos Deputados, o presidente ainda é investigado sob supostos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa. A expectativa era que a denúncia seja apresentada ainda nesta semana.
O corretor financeiro Lúcio Funaro foi ouvido por um juiz auxiliar do ministro Edson Fachin nesta segunda-feira (4) na penúltima etapa necessária para a validação jurídica do acordo de delação premiada firmado a Procuradoria-Geral da República.
Na teia das delações
Funaro atuou junto ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entre 2011 e 2015. Conhece cada operação financeira apontada como criminosa pelos procuradores da República. Ele é acusado pelo MPF de cobrar propina de empresários interessados em conseguir empréstimos do Fundo de Investimentos do FGTS, o FI-FGTS. Caiu na Lava Jato a partir da delação do ex-vice-presidente da Caixa Econômica Fábio Cleto.
Em relatório da Polícia Federal que reúne a transcrição de conversas mantidas pelo operador, é possível tirar a temperatura do poder explosivo de Funaro ao falar de Geddel: “Ele é boca de jacaré para receber e carneirinho para trabalhar, e ainda é reclamão”. (Com informações da Agência Estado)