Defesa de Wajngarten diz que ele “jamais faltou com a verdade” na CPI
Advogado reconheceu que o ex-secretário da Secom “não conseguiu explicar integralmente todos os fatos”
atualizado
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A defesa do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten afirmou, na noite desta quarta-feira (12/5), que ele “jamais faltou com a verdade” ao responder os questionamentos feitos por senadores na CPI da Covid. Contudo, reconheceu que seu cliente, por vezes, “não conseguiu explicar integralmente” todos os fatos.
“O ex-secretário respondeu a todos os questionamentos que lhe foram formulados, sem esconder ou omitir informações, nas mais de seis horas de seu depoimento”, diz trecho da nota.
Na segunda parte do texto, o advogado que representa Wajngarten cita a polêmica entrevista que o ex-secretário deu à Veja, alegando que houve falha na interpretação.
“Foi reconhecido pelo presidente da Comissão que retificou a afirmação que o ex-secretário de Comunicação havia faltado com a verdade, reconhecendo que ele não fizera acusação dirigida ao ex-minsitro [Eduardo Pazuello]”, disse a defesa.
Entenda a polêmica
Wajngarten foi convocado à CPI após revelar, em entrevista à revista Veja, que o Ministério da Saúde falhou na aquisição de vacinas contra a Covid-19, sobretudo na compra de doses da Pfizer, que havia contatado o governo brasileiro em agosto de 2020. Ele chegou a usar a palavra “incompetência”.
Segundo o ex-secretário, houve “mau assessoramento” de Bolsonaro na condução da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Mas ele negou a existência de um “ministério paralelo”.
O ex-secretário relatou ter se reunido com diretores da Pfizer para discutir cláusulas e, assim, conseguiu reduzir preços e obter compromissos de antecipação da entrega de lotes do imunizante, mas o acordo não prosperou.
Os parlamentares afirmaram que Wajngarten teria mentido durante depoimento na CPI da Covid ao dizer que não tinha conhecimento da existência de um “ministério paralelo”.
Falso testemunho
As declarações de Wajngarten fizeram o presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), decidir enviar ao Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) requerimento solicitando a análise das falas do ex-secretário de Comunicação.
Aziz atendeu um pedido do senador Humberto Costa (PT-PE). “Trata-se de percepções de diversos senadores sobre o depoimento da testemunha ouvida na data de hoje, sendo certo que cabe ao ilustre MPF, nos termos do § 3º do art. 58 da Constituição Federal e do art. 151 do Regimento Interno do Senado Federal, a responsabilização civil ou criminal do infrator”, diz trecho do despacho.