Defesa de Queiroz diz que não sabia de movimentação de R$ 7 milhões
Advogado acredita ainda que Flávio Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio “desde o início”
atualizado
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O advogado Paulo Klein, que defende o ex-assessor assessor Fabrício Queiroz, disse ao jornal O Globo neste domingo (20/1) que “desconhece os vultosos valores registrados na conta de seu cliente desde 2014”. Mais cedo, o colunista Lauro Jardim revelou que, além dos R$ 1,2 milhão movimentados de forma atípica entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017, o ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) transacionou mais R$ 5,8 milhões nos dois anos anteriores, totalizando uma movimentação de R$ 7 milhões em três anos.
Fabrício Queiroz, que é amigo do presidente Jair Bolsonaro desde os anos 1980, é alvo de um procedimento investigatório criminal instaurado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Isso após relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostrar movimentações incompatíveis com sua renda. Chamado a dar explicações em quatro ocasiões — 14, 16, 19 e 21 de dezembro — ele não compareceu ao MP, alegando impedimento por causa de um câncer.
O advogado afirmou ainda que já pediu ao MP as informações do Coaf referentes à conta de Queiroz e não foi atendido. Ainda segundo Klein, o fato de seu cliente estar se recuperando de uma cirurgia para a retirada de um tumor, realizada em 1º de janeiro, impossibilitou que eles se encontrassem e construíssem uma estratégia de defesa.
“Preciso ter acesso aos extratos. Até já comentei com ele, que a gente vai precisar dos extratos bancários. Eu não sei se ele tem mais de uma conta, não sei se é uma conta só, não tive acesso aos extratos nem à movimentação do Coaf”, completou o advogado, ao jornal.
Ainda segundo a publicação, para o advogado de Queiroz, o senador eleito Flávio Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio “desde o início” — apesar do próprio órgão negar. Klein acredita que o simples fato de que a investigação esteja sendo conduzida pelo Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim), e não por um promotor de primeira instância, explicaria a tese.