Defesa de Maximiano sobre operação da PF contra a Global: “Surreal”
Polícia Federal cumpriu oito mandados de busca e apreensão contra a Global Gestão em Saúde, que também é investigada pela CPI da Covid-19
atualizado
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A defesa do empresário Francisco Maximiano avaliou ser “surreal” a deflagração, nesta quinta-feira (30/9), de mais uma operação da Polícia Federal (PF) contra a Global Gestão em Saúde.
“Chega a ser surreal repetir a mesma busca e apreensão pela terceira vez em 13 dias, dessa vez para ir atrás de documentos sobre o que delatores disseram que teria acontecido sete anos atrás”, afirmaram os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, em nota à imprensa divulgada após a ação.
De acordo com os defensores, não há “qualquer contemporaneidade ou qualquer elemento mínimo para justificar a operação” de hoje.
“O que há, sim, é um oportunismo, graças ao retorno da pirotecnia em torno das operações policiais que, em tempos racionais, jamais seriam deferidas pelo Poder Judiciário, ante a manifesta ausência de fundamentação”, acrescentaram.
Investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, a Global Gestão em Saúde foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta manhã.
A operação é realizada pela PF, em conjunto com a Receita Federal e o Ministério Público Federal (MPF). A ação apura esquema de lavagem de dinheiro e corrupção de agentes políticos em troca de apoio na contratação de empresas pertencentes aos investigados por empresas públicas do governo federal.
A Polícia Federal descobriu que o grupo investigado teria simulado várias operações comerciais e financeiras inexistentes com a finalidade de desviar dinheiro de empresas que atuam na área de medicamentos para empresas de fachada.
“O intuito dessas operações fictícias era gerar dinheiro em espécie, utilizado como propina a agentes políticos como pagamento em troca de favorecimento na contratação das empresas por estatais”, diz a PF.
Francisco Maximiano também é dono da Precisa Medicamentos, outra empresa investigada pela CPI da Covid por ter intermediado a venda da vacina indiana Covaxin, produzida pela Bharat Biotech, ao governo brasileiro. O Ministério da Saúde pretendia comprar 20 milhões de doses do imunizante contra a Covid, por meio de um contrato de R$ 1,6 bilhão, sob suspeita de superfaturamento.
Essa é a terceira operação da PF contra empresas de Maximiano realizada neste mês.
Após pedido da CPI da Covid-19, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão contra a Precisa, no último dia 17 de setembro, em Barueri e em Itapevi, no estado de São Paulo. Quatro dias depois, em 21/9, a Global foi alvo da operação Pés de Barro, que apura fraudes na aquisição de medicamentos de alto custo por força de decisão judicial pelo Ministério da Saúde.
Nesse caso, os supostos crimes teriam ocorrido nos anos de 2016 e 2018.