metropoles.com

Defesa de Argello encaminha a Moro perguntas para Rodrigo Maia

A defesa do ex-senador que é réu na Lava Jato, Gim Argello, encaminhou uma lista de perguntas para o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia que é arrolado como sua testemunha de defesa no processo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
gim argello lava jato
1 de 1 gim argello lava jato - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A defesa do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), réu na Lava Jato acusado de cobrar propina de R$ 5,3 milhões para poupar empreiteiros das CPIs da Petrobras em 2014, encaminhou nesta segunda-feira, (25/7) ao juiz Sérgio Moro uma lista de perguntas para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), arrolado como sua testemunha de defesa no processo.

Ao todo, são 13 perguntas sobre as duas CPIs ocorridas no Congresso (uma no Senado e uma Comissão mista) no período e que não convocaram nenhum empreiteiro para depor.

A Lava Jato desvendou poderoso cartel de empreiteiras que durante dez anos (2004/2014) assumiram o controle de contratos bilionários na estatal petrolífera.

A defesa de Gim Argello, preso desde abril na Operação Vitória de Pirro – 28.ª fase da Lava Jato -, quer que o presidente da Câmara diga se foi procurado pelo então senador para barrar a convocação dos empreiteiros nas CPIs, para convencer algum outro parlamentar a não convocá-los, para não votar algum requerimento na comissão – e até se Argello lhe pediu algo ilícito. Maia poderá responder por escrito.

A iniciativa faz parte da estratégia da defesa do ex-senador, que como não foi reeleito em 2014 perdeu o foro privilegiado e atualmente responde a uma ação penal perante o juiz Sérgio Moro, em Curitiba, sede da Lava Jato. Ele é o primeiro réu da Lava Jato que chamou praticamente só políticos para sua defesa, sendo ao todo 15 parlamentares, entre deputados e senadores, arrolados como suas testemunhas. Na lista há nomes de nove partidos – PSD, PMDB, PT, PDT, PV, DEM, PSDB, PSB e PP.

A defesa de Argello também listou como testemunha o ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, o ex-senador e ex-ministro dos Transportes no governo Dilma Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), o ex-senador Hugo Napoleão (PSD-PI) e o diretor das comissões de inquérito do Senado, Dirceu Vieira Machado.

O partido com mais nomes é o PT – quatro parlamentares -, seguido pelo PSDB, com três, e o PSD, com dois. Dos outros partidos, a defesa de Argello chamou um político de cada agremiação.

Se destacam na lista nomes como o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos mais ferrenhos opositores de Dilma e que foi coordenador jurídico da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) em 2014.

Também aparece o senador Humberto Costa (PT-PE), que virou líder do governo Dilma no Senado após a prisão de Delcídio Amaral por tentativa de obstruir a Lava Jato e o deputado e ex-ministro das Cidades no governo Dilma Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Acusação
Nesta denúncia, decorrente da 28ª fase da Lava Jato, Gim Argello e outros oito réus são acusados de arquitetar um esquema de pagamento de ao menos R$ 5,3 milhões em propinas de empresas para evitar a convocação de empreiteiros investigados na Lava Jato para depor nas CPIs no Senado e no Congresso em 2014.

Naquele ano foram instaladas uma CPI Mista e uma CPI no Senado e nenhuma delas convocou empreiteiros das grandes construtoras para depor.

Nesta investigação, a Lava Jato, com base nas delações de vários empreiteiros, revelou que o ex-senador teria cobrado R$ 5 milhões de cada uma de sete empreiteiras que atuaram no cartel na Petrobras.

Algumas empresas, como a Andrade Gutierrez, por exemplo, acabaram não pagando a propina e por isso seus executivos não foram denunciados no processo criminal contra Gim Argello.

Ao menos a OAS e a UTC, contudo, teriam acertado os pagamentos, sendo que parte da quantia foi repassada via doações oficiais para os partidos da coligação de Argello nas eleições de 2014 – formada por DEM, PR, PMN , PRTB e PTB. Outra parte foi repassada para uma paróquia em Brasília.

O Ministério Público Federal não atribui nenhuma irregularidade aos partidos da coligação pois, segundo os investigadores, não há provas de que eles tinham conhecimento de que o pagamento era decorrente dos crimes de Argello. As empreiteiras não comentam as acusações. A reportagem entrou em contato com a assessoria de Rodrigo Maia, mas ainda não obteve retorno.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?