Decotelli chama de “fake” nota que nega que ele tenha lecionado na FGV
Após uma série de questionamentos quanto ao seu currículo, ele apresentou carta de demissão e não será mais ministro
atualizado
Compartilhar notícia
Ex-ministro da Educação menos de uma semana após ser nomeado, Carlos Alberto Decotelli disse que a nota da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que diz que ele nunca foi pesquisador ou professor na instituição é “fake”. Ele confirmou, contudo, que não comandará o MEC.
“Esse projeto, porém, foi questionado pelo fato da minha inconsistência curricular. Inconsistências, essas, que no mundo acadêmico são explicáveis. Mas a destruição da continuidade veio pelo fato da construção fake da FGV em divulgar que eu nunca fui professor da fundação”, declarou ele à CNN.
Segundo Decotelli, a nota da FGV foi a gota d’água, após dias de polêmicas sobre titulações que constavam em seu currículo. Ele contou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o chamou no Palácio do Planalto e disse que “se até a FGV” estaria negando que ele é professor na instituição, sua permanência no governo seria insustentável.
Em nota também enviada à CNN, a FGV reiterou as informações e reforçou que vai criar uma comissão interna para apurar os fatos.
Entenda
Decotelli vem sendo alvo de uma série de questionamentos quanto ao seu currículo desde a última sexta-feira (26/06), quando o reitor da Universidade de Rosário, Franco Bartolacci, foi ao Twitter questionar a inclusão do título de doutor indicado por Decotelli. Na sequência, o Ministério da Educação divulgou um certificado que atestava a conclusão de todos os créditos do doutorado de Decotelli em administração, mas não provava que ele havia defendido a tese – sem cumprir essa etapa, o título não é concedido.
A contestação de Bartolacci levou o novo ministro a alterar seu currículo Lattes e fazer a ressalva de que não houve, de fato, defesa de tese.
Nesta segunda-feira (29/06), foi a vez de o pós-doutorado que constava na lista de qualificações de Decotelli ser contestado. Segundo a Universidade de Wüppertal, ele não obteve “nenhum título” na instituição.
Além das notas das universidades, causou polêmica a constatação de que trechos da dissertação de mestrado de Decotelli continham partes semelhantes às de trabalhos publicados em anos anteriores por outros autores.
Por causa das notícias sobre o caso, a FGV, onde ele fez o mestrado, informou em nota que vai “apurar os fatos referentes à denúncia de plágio na dissertação do ministro Carlos Alberto Decotelli”. Depois, a FGV também negou que ele fosse docente na instituição.