Debandada bolsonarista e composições estaduais: as pedras no sapato do União Brasil
Caciques da nova sigla, Luciano Bivar e ACM Neto afirmaram que pontos ainda precisam ser negociados, mas que confiam no sucesso do partido
atualizado
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Em conversa com jornalistas após o lançamento do União Brasil, sigla oriunda da fusão do Partido Social Liberal (PSL) e do Democratas (DEM), o secretário-geral da nova agremiação, ACM Neto, minimizou o efeito de uma possível debandada de parlamentares que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“No curso dos próximos meses, vamos traçar todo o planejamento para 2022 e como vai ficar o partido em cada estado. A lógica é respeitar as questões locais e reforçar quadros que possam ter êxito no ano que vem”, adiantou nesta quarta-feira (6/10).
Em março do próximo ano, a Justiça Eleitoral abre a janela partidária, quando parlamentares podem mudar de siglas. “Não estamos preocupados com quem sairá nesse primeiro momento. A janela de entrada se abre em março. Não adianta querer nos medir com a régua de 2018”, contemporizou ACM.
Outro ponto polêmico é o apoio à candidatura de Bolsonaro à reeleição. O deputado Luciano Bivar, presidente do União, afirmou que o partido busca um nome para lançar como presidenciável, mas não descartou liberar o apoio estadual para outros políticos.
“O PSL e DEM criando o União, nós queremos o protagonismo de uma candidatura. Já vamos começar a discutir um nome em comum”, frisou, sem adiantar nada. “O Brasil tem 240 milhões de habitantes e 240 milhões de possíveis candidatos. Vamos analisar nossas opções”, salientou.
Até o momento, três nomes figuram como possíveis presidenciáveis do União: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta; o jornalista da Rede Bandeirantes José Luiz Datena; e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Contudo, palavra de ordem no momento é “consolidar o processo de fusão”. Até mesmo a permanência de Pacheco na sigla é uma incógnita. ACM diz que a expectativa é de permanência. “Não ouvi nenhuma palavra dele sobre saída do Democratas. O União amplia ainda mais o laço e o vínculo dele com o partido”, despistou.
Composição nos estados
Uma das tarefas mais urgentes do União é selar a composição dos estados. “Vamos tratar a partir de agora. Quando organizarmos os estados, vamos dando corpo a isso”, disse ACM.
Até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE ) autorizar o funcionamento como União, o partido vai continuar existindo como PSL e DEM nos estados. “Já temos um desenho. Em alguns ainda não foi possível chegar a um consenso. Vamos buscar a melhor forma para organizar o partido em cada estado”, salientou o ex-prefeito de Salvador.
O União Brasil nasce com a maior bancada da Câmara dos Deputados e com a expectativa de ser um dos partidos mais expressivos da eleição. Nas urnas, o grupo usará o número 44. O partido abocanhará R$ 160 milhões de Fundo Partidário.
Na convenção nacional, realizada nesta quarta-feira (6/10), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília, o União, como quer ser conhecido popularmente, se posicionou como “social liberalista”.