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De olho na popularidade, Bolsonaro cria programa para distribuir leite

Chamamento público prevê a compra e oferta do produto para famílias pobres. Governo observa impacto na popularidade com ações sociais

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1 de 1 bolsonaro_pesquisa - Foto: Cristiano Gomes/Metrópoles

O governo federal criou um programa para distribuição de leite a famílias de baixa renda. O foco da estratégia são pessoas em situação de insegurança alimentar e que estejam registradas no CadÚnico, plataforma social que identifica essas famílias, com prioridade àquelas com o perfil do Bolsa Família. O anúncio foi feito no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira (03/07).

Nos bastidores, a iniciativa foi encarada como resultado do que vem sendo chamado de “efeito auxílio-emergencial”. O benefício de R$ 600 pago pelo governo durante a pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, teve efeito positivo na manutenção da popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), segundo as mais recentes pesquisas de opinião.

Por mais que haja um número crescente de pessoas que rejeitam o governo, uma parcela significativa dos beneficiários do auxílio passaram a apoiar o atual mandatário da República.

Com isso em mente, o governo prorrogou o auxílio por mais dois meses e agora amplia mais um benefício.

Uma resolução dos ministérios da Cidadania, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Economia e da Educação balizam o fornecimento e a distribuição do leite.

O governo comprará o alimento de agricultores familiares e empreendedores familiares. O produto será distribuído por cooperativas cadastradas no Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).

Para funcionar, a estratégia depende do apoio dos governos estaduais e municipais. Os pontos de distribuição serão disponibilizadas pelos Executivos locais. Cada família receberá até sete litros de leite por semana.

Os objetivos do programa, segundo o governo federal, são “contribuir, como complementação, para o abastecimento alimentar de famílias que estejam em situação de vulnerabilidade social ou em estado de insegurança alimentar e nutricional” e “fortalecer o setor produtivo local e a agricultura familiar, garantindo a compra do leite dos agricultores familiares a preços justos”.

Para a contratação das organizações fornecedoras  será realizado chamamento público, que ainda não teve a data divulgada. “Para fins de cadastramento, seleção, contratação e pagamento, o laticínio deve comprovar a regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária”, frisa a resolução.

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Bolsonaro quando sofreu o atentado, em 2018
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Alan Santos/PR

 

A medida não é inédita. Convênios semelhantes ocorreram em 2009 e 2010. Alguns deles, continuam valendo até hoje. Em 2013 e 2015, estratégias do tipo também foram usadas pelo governo federal. No plano municipal, a iniciativa foi levada à cabo pelo ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP) nos anos 90. O nome do programa era “Leve leite”.

Capital político

Pesquisas de opinião mostraram que o auxílio-emergencial teve impacto no capital político de Bolsonaro. Medições do Instituto Datafolha e da consultoria Ideia Big Data mostram que os números da popularidade do presidente em parcelas de baixa renda estão melhorando na comparação com outras faixas de rendimento maior.

Outra pesquisa, feita em junho pelo DataPoder360, mostrou que a popularidade de Bolsonaro é mais alta entre quem recebe ou aguarda o recebimento do benefício.

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