Davati diz que jamais ofereceu vacina da Covid-19 por US$ 11 a dose
Empresa solta nota para rebater informações apresentadas pelo reverendo Amilton Gomes de Paula à CPI da Covid-19 no Senado
atualizado
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A Davati Medical Supply afirmou, nesta terça-feira (3/8), em nota, que jamais enviou proposta ao governo brasileiro no valor de US$ 11 por dose de vacina, como declarou o reverendo Amilton Gomes de Paula à CPI da Covid-19. Segundo a empresa, a única oferta feita foi no valor de US$ 10.
Em seu depoimento à CPI, Amilton de Paula contou que não tem conhecimento de uma oferta de US$ 10 por unidade de vacina contra a Covid-19 para o Ministério da Saúde, valor defendido pela Davati como o único apresentado para o governo brasileiro.
Segundo o reverendo, a primeira proposta da empresa norte-americana era de US$ 3,50 e, posteriormente, passou para US$ 17,50. Por fim, a companhia teria ofertado as doses de vacina por US$ 11 cada.
“A Davati Medical Supply esclarece que jamais enviou proposta ao governo brasileiro no valor de US$ 11, inexistindo documento firmado pela empresa com este valor. Referente a vacinas do laboratório Johnson & Johnson, a única proposta apresentada pela Davati Medical Supply ao governo brasileiro foi no valor de US$ 10, em e-mail enviado diretamente ao então secretário do Ministério da Saúde”, destaca a nota da empresa.
“O CEO da Davati Medical Supply [Hernan Cardenas] nega veementemente a manifestação do reverendo Amilton de Paula Gomes nesta terça-feira (3/8) perante a CPI. Além disso, reitera que a empresa jamais credenciou Luiz Paulo Dominguetti e o reverendo Amilton de Paula Gomes como representantes de seus produtos”, acrescenta.
Intermediário
Amilton de Paula, que fundou a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma organização sem fins lucrativos (ONG), teria sido autorizado pelo Ministério da Saúde a negociar vacinas da AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
O reverendo também é apontado como intermediário das tratativas entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply, que ofertou doses de vacinas ao governo federal.
Já a Davati entrou na mira da CPI após o policial militar e vendedor Luiz Paulo Dominguetti denunciar pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina por parte do então diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias em um jantar num restaurante do Brasília Shopping. Dias, que foi exoberado do cargo, nega a acusação.