Datafolha: aprovação de Bolsonaro se mantém estável após prisão de Queiroz
A rejeição do presidente, que tinha avançado significativamente em maio, também ficou estável após a prisão do amigo da família
atualizado
Compartilhar notícia
A prisão do ex-assessor da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, não abalou a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), revela nova pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (26/06).
Segundo o levantamento, consideram o presidente ótimo ou bom, ou seja, aprovam o governo, 32% dos entrevistados. No fim de maio, quando foi feita a última rodada da consulta, o presidente tinha 33% – oscilação dentro da margem de erro.
A rejeição, que engloba aqueles que consideram o presidente ruim ou péssimo, igualmente, teve uma oscilação de um ponto porcentual, passando de 43% para 44% entre maio e junho.
A última rodada das pesquisas revelou que a rejeição ao presidente aumentou após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 abril pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no qual Bolsonaro confirma que queria intervir na Polícia Federal. A taxa era de 38% em abril e passou para 43% em maio.
Aqueles que consideram o presidente regular ficaram em 23% ante 22% de maio. Não quiseram ou não souberam responder 1% dos entrevistados.
O Datafolha ouviu 2.016 pessoas por telefone nos dias 23 e 24 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Fabrício Queiroz, que, entre outras funções, foi chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando ele era deputado estadual, foi preso em 18 de junho, em São Paulo.
Ele é acusado de chefiar um esquema em que funcionários fantasma devolvem parte dos seus salários, conhecido como “rachadinha”. O amigo da família movimentou mais de R$ 1,2 milhão de forma atípica, segundo relatório do Coaf.
Compare os índices atuais aos de maio:
- Ótimo e bom (aprovam): 32% ante 33%
- Regular: 23% ante 22%
- Ruim e péssimo (desaprovam): 44% ante 43%
Pior rejeição da história
Mesmo com a estabilidade dos índices, o presidente segue como o mais mal avaliado da história no primeiro mandato desde a volta da democracia, em 1989.
Fernando Collor de Mello, após um ano e seis meses de gestão, em setembro de 1991, tinha 41% de rejeição. Ele sofreu impeachment em 1992.
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era rejeitado por 25% no mesmo período de mandato e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por 17%. Dilma Rousseff (PT), que foi impedida no segundo mandato, tinha a rejeição mais baixa no primeiro: 5%.