Datafolha: 81% dos brasileiros acham que Joesley deveria ser preso
O empresário fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) que não prevê prisão, apenas pagamento de multa
atualizado
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Pesquisa do Instituto Datafolha aponta que 81% dos brasileiros acham que Joesley Batista, sócio da J&F, deveria ter sido preso. O empresário fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) que não prevê prisão, apenas pagamento de multa. A pesquisa foi divulgada neste domingo (25/6) pelo jornal Folha de São Paulo.
Ainda de acordo com o levantamento, 64% da população não concordam com as condições do acordo. Outros 27%, entretanto, consideram que o Ministério Público acertou ao firmar a delação. Apenas 6% dos entrevistados acreditam que o presidente Michel Temer (PMDB/SP) não tem participação direta com a corrupção denunciada por Joesley. A maioria (83%) acha que o peemedebista participou do esquema.
Para elaborar a pesquisa, o Datafolha entrevistou 2.771 pessoas. As perguntas foram feitas entre 21 e 23 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A Polícia Federal concluiu que o áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista com o presidente Michel Temer, em 7 de março no Palácio do Jaburu, não foi editado ou adulterado. O laudo sobre a gravação aponta para mais de 100 interrupções, mas assegura que nenhuma delas foi causada por agente externo ou feita posteriormente à gravação.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a perícia realizada no Instituto Nacional de Criminalística (INC) relaciona as interrupções ao gravador utilizado. Um perito explicou ao Estado de São Paulo que o modelo de gravador utilizado efetua os “cortes” em momentos em que há silêncio. A ação espontânea do gravador tem como finalidade economizar bateria e espaço na memória do aparelho, mas não tem condições de alterar o áudio.
A gravação da conversa de Joesley com Temer deu início à negociação de delação premiada dos executivos da JBS. Após a divulgação do material, o presidente disse que o áudio havia sido adulterado. “Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos e incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação”, disse Temer, em pronunciamento dois dias após a gravação ser tornada pública pelo Supremo Tribunal Federal. A defesa do presidente contratou um perito para analisar o material. Ele apontou que os áudios eram “imprestáveis”.