Daniel Silveira sobre fogos disparados contra STF: “Era um culto religioso”
Segundo o parlamentar, alvo de ação da PF, ele foi envolvido porque tem pensamento diferente dos ministros do STF
atualizado
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Alvo da operação desencadeada nesta terça-feira (16/06) pela Policia Federal, que investiga organização de atos contra a democracia, o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) apresentou sua versão sobre o suposto ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o parlamentar, os fogos de artifício que foram disparados no sentido do prédio central da corte eram, na verdade, um culto de oração formado por integrantes do acampamento rural, que exista próximo ao ministério da Agricultura, mas foi desmontado pela polícia.
“Não existiu ataque. Todos os membros, cerca de 30 pessoas, estavam cantando músicas de louvor e depois houve uma salva de palmas”, argumentou.
Silveira destacou, ainda, que em seguida ocorreu o foguetório, mas que não foi em direção à suprema corte. “Um vídeo foi gravado por um desses integrantes de grupos de direita afirmando que aquilo seria um ataque ao Supremo, mas não é verdade”, garantiu.
O deputado também afirmou que não possui qualquer envolvimento com a organização logística, administrativa ou estratégica dos grupos de extremistas. Uma das linhas de investigação levantou a hipótese de que o parlamentar, que é policial militar aposentado e especialista em controle de distúrbio civil pelo Batalhão de Choque, poderia ter passado conhecimento técnico para os integrantes dos grupos.
“Tenho a consciência tranquila, pois isso nunca ocorreu. Minha participação sempre foi nas ruas, me juntando aos movimentos que eu tinha vontade de ir. Nesses locais eu fazia minhas lives, gravações e postagens nas redes sociais, e isso incomodava muita gente, principalmente pelo engajamento que essas publicações tinham”, vangloriou-se.
O parlamentar acredita que foi incluído no processo e virou alvo das operações que apuram as ações antidemocráticas por ter posicionamento político e ideológico contrário aos dos ministros do STF.
“Estou sendo alvo por não esconder ou dissimular meu posicionamento e isso incomoda muito. Vou permanecer agindo como sempre agi e defendendo minhas posições”, afirmou.
Segundo o advogado de defesa de Silveira, Jean Cleber Garcia, falta transparência jurídica ao processo que apura os atos contra a democracia.
“É importante frisar que os advogados não estão tendo acesso aos autos do processo e muito menos os delegados federais que devem inquirir as pessoas envolvidas”, disse.