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Damares fala do governo Bolsonaro na ONU sem citar Rússia e Ucrânia

A 49ª Reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas foi convocada, principalmente, para discutir o conflito

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Em evento no Planalto do projeto "Brasil para Todos", Bolsonaro faz um sinal de "joia" com a mão ao lado de Damares Alvez - Metrópoles
1 de 1 Em evento no Planalto do projeto "Brasil para Todos", Bolsonaro faz um sinal de "joia" com a mão ao lado de Damares Alvez - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Durante a 49ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, realizada nesta segunda-feira (28/2), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, fez um balanço das ações do governo Bolsonaro. Por outro lado, silenciou sobre a crise diplomática envolvendo a Rússia e Ucrânia.

Em determinado momento do discurso, Damares apenas disse que o “governo Bolsonaro sempre promoveu e defendeu a paz […] Sempre defendeu a paz para todos os países e para todos os continentes”, disse a ministra, sem mencionar a Rússia ou a Ucrânia.

Um dos pontos da discussão que acontece em Genebra, na Suíça, era abarcar sobre as questões envolvendo as violações de direitos humanos na Ucrânia. Outros representantes de Estado, por outro lado, utilizaram o espaço para demonstrar preocupação com o conflito diplomático que já matou centenas de ucranianos e russos.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

“Reiteramos nosso desejo de que a paz impere sobre todos os países”, finalizou. A posição da chefe dos Direitos Humanos, vai de encontro aos recentes posicionamentos que vêm sendo adotados pelo governo federal, desde que a Rússia decidiu atacar a Ucrânia, na quinta-feira (24/2).

Apesar dos esforços para se manter em uma posição de neutralidade, o presidente Jair Bolsonaro (PL) teceu críticas à Ucrânia, durante coletiva de imprensa neste domingo (27/2). O presidente brasileiro, que esteve na Rússia recentemente, afirmou ser um exagero chamar o conflito de “massacre”, e disse que “um chefe de Estado como o da Rússia não quer praticar massacre onde quer que seja”.

Além disso, Bolsonaro usou um tom irônico para falar sobre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. “Eu acho que o povo confiou o destino da nação a um comediante”, disse.

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