Damares deverá explicar por que nomeou Sara Winter para ministério
Grupo de advogados recorreu à Justiça exigindo provas que comprovem competência técnica da extremista para ocupar cargo na pasta
atualizado
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O Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHu) moveu uma ação na Justiça Federal para obrigar o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos a explicar a nomeação e as atividades da extremista de direita Sara Giromini, mais conhecida como Sara Winter.
Ela ocupou, de abril a dezembro do ano passado, a função estratégica de chefia da Coordenação Geral de Atenção Integral à Gestante e à Maternidade.
Sara ocupava um cargo de confiança com salário de R$ 5.685 e era vinculada à Secretaria Nacional de Políticas para mulheres da pasta chefiada pela pastora Damares Alves.
A peça apresentada pelo coletivo de advogados também cobra explicações do secretário executivo do ministério, Sergio Luiz Carazza, e pede provas que sustentem critérios técnicos para a escolha de Sara Winter.
Na ação, o grupo sustenta que a extremista, enquanto coordenadora, saiu do país para agendas pessoas na Argentina e Uruguai, deixando o cargo vago sem justificativa.
Sara chegou a ser presa no âmbito de um inquérito que investiga ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em junho, o ministro Alexandre de Moraes, o mesmo que autorizou a prisão, determinou a soltura da investigada, mediante uso de tornozeleira eletrônica.
A extremista envolveu-se numa polêmica recente ao divulgar o nome e endereço do hospital onde uma menina de 10 anos, grávida após ser estuprada pelo tio, faria um aborto legal.
Ela também instigou seguidores a comparecerem ao local com o objetivo de impedir a interrupção da gravidez. Na unidade de saúde, um grupo de radicais religiosos chegou a chamar a criança de “assassina”.
Damares negou que Sara tenha sido a responsável pelo vazamento. Em entrevista à Rádio Gaúcha, ela afirmou que antes do vídeo divulgado pela extremista, dando o nome da menina e o endereço da clínica onde ela seria recebida em Recife para realizar o procedimento de interrupção da gravidez, a identidade da garota já havia sido divulgada durante a semana que antecedeu a postagem.
“Sara Winter trabalhou três meses aqui no ministério e saiu em outubro de 2019. Pelo que Sara Winter falou, em sua defesa, o nome dessa menina estava rolando em diversos grupos — e ela tem como provar que recebeu o nome dessa menina muito cedo. Sara Winter gravou um vídeo, mas não foi Sara Winter que vazou”, asssegurou Damares.
O Metrópoles questionou o ministério sobre a ação judicial que cobra explicações sobre as atividades de Sara Winter e aguarda resposta.