CVM abriu mais dois inquéritos administrativos envolvendo a JBS
Órgão regulador do mercado de capitais já instaurou oito processos do mesmo tipo contra o frigorífico
atualizado
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou em comunicado ao mercado ter aberto na terça-feira (30/5), dois inquéritos administrativos relacionados à JBS com o objetivo de aprofundar investigações já iniciadas em processos administrativos. Desde o último dia 18, o órgão regulador do mercado de capitais já instaurou oito processos do mesmo tipo contra a companhia. As movimentações ocorrem após notícias envolvendo a delação de acionistas controladores da JBS.
Um dos inquéritos administrativos está relacionado à atuação da companhia no mercado de dólar futuro. As investigações sobre esse tema foram iniciadas no âmbito de processo administrativo, aberto no último dia 19. A CVM não deu detalhes sobre o aprofundamento das investigações.
Os oito processos
O primeiro processo administrativo foi aberto em 18 de maio, um dia após notícias envolvendo a delação de acionistas controladores da companhia. O empresário Joesley Batista, administrador e acionista controlador da JBS, citou o presidente Michel Temer na sua delação, dando início a uma crise política no seu governo. Nesse caso, a CVM busca esclarecimentos adicionais relativos às notícias e especulações envolvendo as delações. O processo está em análise na Superintendência de Relações com Empresas (SEP), na Gerência de Acompanhamento de Empresas 2 (GEA-2).
Outra ação foi iniciada em 19 de maio para analisar reclamação de investidor envolvendo eventuais compras de dólares pela JBS antes das notícias relacionadas com as delações dos acionistas controladores da companhia. O caso está na Superintendência de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI) GOI-1.
O terceiro caso também teve início no dia 19 e trata da comunicação de indícios de eventual prática do crime de insider trading ao Ministério Público Federal, detectados em operações realizadas no mercado de dólar futuro e em negócios com ações de emissão da JBS S.A. realizados no mercado à vista. De acordo com a CVM, foi feita comunicação de indícios de crime de uso indevido de informação privilegiada ao Ministério Público Federal por meio de ofício no mesmo dia.
Um quarto processo foi aberto também no dia 19 para analisar a atuação do Banco Original S.A., controlada pela J&F Participações Ltda., no mercado de derivativos.
Já no dia 22, a CVM deu início a outro processo para analisar notícia sobre eventual influência no Conselho de Administração da BRF. No dia seguinte, foi aberta outra investigação com objetivo de analisar a veracidade da divulgação dos controladores diretos e indiretos da Blessed Holdings, sociedade estrangeira sediada em Delaware (EUA) que faz parte do grupo de controle da JBS, a partir de notícias veiculadas na mídia.
Também no dia 23, o sétimo processo começou a analisar a conduta de administradores e acionistas controladores da JBS S.A. à luz dos deveres fiduciários previstos na Lei das S.A.. Isso em razão dos fatos que ensejaram a celebração de acordo de colaboração premiada entre executivos da companhia e da sua controladora e o Ministério Público Federal.
A oitava ação foi aberta em 26 de maio para questionar a veracidade de notícia divulgada a respeito do uso de aeronave da companhia por Joesley Batista.