Cúpula do Mercosul virtual adia encontro de Bolsonaro e Fernández
Chancelaria argentina mudou o formato do encontro “diante da situação sanitária que afeta os países da região”
atualizado
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O Ministério das Relações Exteriores da Argentina anunciou, neste sábado (13/3), que a Cúpula do Mercosul, marcada para 26 de março, em Buenos Aires, capital argentina, será virtual “diante da situação sanitária que afeta os países da região”.
O evento que marcará os 30 anos do lançamento do bloco estava previsto para ocorrer de modo presencial e marcaria o primeiro encontro entre os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Argentina, Alberto Fernández.
O comunicado da chancelaria argentina diz ainda que essa decisão visa a proteção a saúde dos participantes, ao mesmo tempo em que trabalha para que “o encontro de presidentes e chanceleres possa se concretizar em condições corretas, proporcionando o diálogo e o intercâmbio de ideias entre as nações”.
A Argentina exerce a presidência pró-tempore do bloco, que também tem como integrantes plenos Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela está suspensa. Outros sete países sulamericanos são membros associados.
O governo argentino anunciou na última semana que vai reduzir voos com destino a alguns países, entre eles o Brasil, em resposta às novas variantes da Covid-19. A possibilidade de fechamento das fronteiras não está descartada.
A relação entre Bolsonaro e Fernández é marcada por distanciamento e tensão. O brasileiro fez campanha para o ex-presidente argentino Maurício Macri, que foi derrotado por Fernández em 2019, e cumprimentou o eleito pela vitória. O argentino, por sua vez, já fez diversos gestos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro.
Os presidentes brasileiro e argentino se reuniram apenas uma vez, virtualmente, no final de novembro passado – um ano após a eleição de Fernández. Na ocasião, de acordo com a Casa Rosada, o argentino pediu a Bolsonaro que deixassem as diferenças políticas de lado em prol do fortalecimento do Mercosul.
Procurados, Ministério das Relações Exteriores e Palácio do Planalto disseram que foram informados da decisão. O Planalto confirmou o cancelamento da viagem do brasileiro à Buenos Aires.