Cunha vai ficar cara a cara com seu delator, Lúcio Funaro
O deputado cassado voltará a Brasília quase um ano após ser preso e condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
atualizado
Compartilhar notícia
Quase um ano após ser preso, em outubro de 2016, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) retorna nesta sexta-feira (15/9) a Brasília. Desta vez, não há resquício do poder e do prestígio que o rodeava: ele terá uma série de compromissos com a Polícia Federal e a Justiça, onde vai ficar cara a cara com seu delator, o corretor Lúcio Funaro.
Cunha será transferido de Curitiba (PR), base da Operação Lava Jato, onde está preso, para a capital federal em voo da PF, o mesmo que está trazendo para São Paulo o empresário Joesley Batista, da JBS. O executivo da companhia teve custódia preventiva decretada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O deputado cassado ficará em uma cela da Superintendência Regional da PF em Brasília durante alguns dias, período em que será interrogado na 10ª Vara Criminal Federal. A oitiva ocorrerá no processo em que ele é réu também por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em operações fraudulentas no Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) da Caixa Econômica Federal.
Além de Cunha, são réus nesta ação Lúcio Funaro — apontado como operador financeiro do PMDB —, seu ex-sócio Alexandre Margoto e o ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa Fábio Cleto.
Na PF em Brasília, o ex-deputado vai ficar à disposição das autoridades para depoimentos em investigações diversas.
Suas obrigações para com a Justiça têm início na próxima segunda, quando ele será interrogado na 10ª Vara Federal, sob titularidade do juiz Vallisney Oliveira. Neste processo, Cunha é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro desviados de operações do FI-FGTS.
Como Lúcio Funaro também é acusado nessa ação, ambos vão se reencontrar.