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Cunha diz que pedido da PGR é mais uma retaliação à deflagração do impeachment

O presidente da Casa confirmou que tinha em sua casa cópia dos inquéritos contra ele e afirmou que as provas apresentadas contra ele por Janot foram retiradas do próprio inquérito

atualizado

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Eduardo Cunha
1 de 1 Eduardo Cunha - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ao deixar seu gabinete na noite desta quarta-feira (16/12), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o pedido de afastamento do mandato parlamentar é mais um “fato político” e uma retaliação do procurador-geral Rodrigo Janot, que segundo ele, o “escolheu para ser investigado”. “É tentativa de desviar o foco da discussão de hoje”, disse, referindo-se ao julgamento do rito de impeachment pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo com o pedido, ele acha possível continuar comandando a Casa por não crer que haverá interferência do STF.

O peemedebista ficou sabendo do pedido de Janot pelo Broadcast Político e disse acreditar ser pouco provável que a solicitação da PGR tenha andamento. Ele creditou a peça a “mais uma retaliação à deflagração do impeachment” e avaliou que a divulgação hoje da ação foi para “atrapalhar” a cobertura jornalística e colocá-lo no centro dos acontecimentos. “No momento em que está tendo uma decisão do Supremo confirmando os atos que foram praticados aqui, aí tenta-se criar mais uma cortina de fumaça, mais um fato político para talvez tentar dividir ou atrapalhar a mídia do dia”, concluiu.

O presidente da Casa confirmou que tinha em sua casa cópia dos inquéritos contra ele e afirmou que as provas apresentadas contra ele por Janot foram retiradas do próprio inquérito, proveniente de depoimentos existentes. “Colocar que isso é um fato estranho, que motiva o afastamento, aí cita coisas de cinco anos atrás, cita coisas continuadas. Achei um absurdo as colocações lá”, declarou.

Cunha, que acompanhou nesta tarde pela TV o julgamento no STF, disse que o voto do ministro Edson Fachin corrobora para a não existência de manobras imputadas a ele. O peemedebista rebateu “a gritaria do golpe” feita, segundo ele, por parlamentares do PT, PCdoB e PSOL e destacou que o voto do relator mostrou “que tudo foi feito dentro da correção”. “Aquilo tudo que chamaram de golpe está confirmado, a votação secreta, a possibilidade disputa. Foi tudo confirmado pelo voto do ministro relator. Cadê as manipulações, os golpes, as manobras?”, insistiu.

O deputado reiterou nesta quarta-feira que pretende recorrer da decisão do Conselho de Ética de aprovar a admissibilidade de seu processo por quebra de decoro parlamentar. Ele pretende apresentar recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e deve impetrar mandado de segurança no STF por “cerceamento” do direito de defesa no colegiado. Segundo Cunha, amanhã às 8h será notificado do processo, mas de acordo com o colegiado a notificação será feita às 9h. O peemedebista se considera vítima de um processo de “justiçamento”. “Não há dúvidas de que isso vai cair. Quando insistem em fazer a coisa equivocada, acaba dando nisso”, previu.

Cunha disse desconhecer a informação divulgada pela revista Época de que dois delatores confirmaram à PGR que ele cobrava propina para liberar dinheiro do FI-FGTS para empresas e recebia os valores em contas na Suíça e em Israel. Segundo a revista, Cunha recebeu R$ 52 milhões em propina. “Não li, não posso comentar”, respondeu.

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