Crivella volta atrás e diz que não vai a desfile na Sapucaí, no Rio
Bispo evangélico, prefeito está em atrito com sambistas, por corte de verbas para a folia, e com a população, devido à violência urbana
atualizado
Compartilhar notícia
Depois de anunciar sua ida à Marquês de Sapucaí para prestigiar os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, o prefeito da cidade, Marcelo Crivella (PRB), voltou atrás. No fim da tarde desta sexta-feira (9/2), após duas idas ao sambódromo, ao longo do dia, para conferir os trabalhos das equipes da prefeitura, ele descartou participação no evento e deixou o local antes do início dos desfiles da Série A. A informação é da Folha de São Paulo.
O político é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, de denominação evangélica. Já no primeiro ano de gestão, ele rompeu com a tradição de participar da festa, mantida por seus antecessores. Nem sequer fez a entrega das chaves da cidade ao Rei Momo: a tarefa foi repassada ao secretário de Cultura, Nilcemar Nogueira.
Neste ano, Crivella chegou a dizer que iria, mas não sambaria. Contudo, nesta sexta, declarou após a última vistoria: “já fiz minha parte”.A comunidade do samba não esconde a mágoa com o político: a prefeitura cortou pela metade os recursos para as escolas do Grupo Especial, a elite da competição no Rio – antes da gestão Crivella, cada uma recebia R$ 2 milhões do município. Segundo a equipe do atual prefeito, as verbas foram remanejadas para a educação.
Onda de violência
A população em geral não anda muito satisfeita com o político, especialmente quanto à política de segurança pública. Desde o começo do ano, tiroteios têm ocorrido em vários pontos da cidade, vias importantes foram fechadas por causa de trocas de tiros entre bandidos e policiais.
Sábado passado (3/2), em menos de 24 horas, 12 pessoas foram baleadas e seis morreram em tiroteios. Nesta sexta (9), foram atingidas uma psicóloga, uma criança e uma adolescente. A jovem está em estado grave.