Crítico a Doria, Bolsonaro chama vacina Butanvac de “Mandrake de SP”
Presidente ironizou imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan. Vacina usa tecnologia produzida por hospital dos Estados Unidos
atualizado
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Em nova provocação ao governador João Doria (PSDB-SP), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou a vacina Butanvac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, de “Mandrake de São Paulo”. A declaração foi feita durante transmissão ao vivo nas redes sociais, na noite dessa quinta-feira (23/4).
Ao lado do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, o mandatário do país ironizou o fato de a Butanvac usar tecnologia desenvolvida por hospital nos Estados Unidos para a produção do imunizante, colocando em dúvida que a vacina seja “100% brasileira”.
O Butantan já explicou que o desenvolvimento da vacina será, sim, “100% nacional”, e que a parceria com o Hospital Mount Sinai, de Nova York, é livre de pagamento de royalties e pode ser feita “por qualquer instituição de pesquisa em qualquer parte do mundo”.
“Vamos lá, Marcão. Como é que está nossa vacina brasileira? Essa é 100% brasileira, não é aquela ‘Mandrake’ de São Paulo, não, que tinha os Estados Unidos no meio. Essa é 100% brasileira. Como ela está, qual o nome dela?”, perguntou o presidente, em tom irônico, ao ministro.
A Butanvac foi anunciada na manhã de 26 de março, pelo Instituto Butantan, como o primeiro imunizante contra a Covid-19 produzido totalmente no Brasil.
Na ocasião, o instituto também informou que pediria autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que os estudos clínicos em voluntários fossem iniciados.
No mesmo dia, o governo federal divulgou a Versamune MCTI, desenvolvida em Ribeirão Preto (SP), sob coordenação do ministério.
Ao anunciar a Versamune, no entanto, o governo informou que o pedido de registro junto à Anvisa foi feito às 13h23 do dia 25 de março, um dia antes do comunicado da criação da Butanvac.
Na ocasião, o ministro Marcos Pontes assegurou que a proximidade entre os pedidos se tratava de uma “coincidência”, mas ressaltou que os dois imunizantes são bons para o país. “A gente precisa ter várias vacinas nacionais”, disse.