CPMI das fake news: deputado quer convocar Patricia Campos Mello
Nas justificativas, o deputado resgata afirmações que foram desmentidas. Ele baseia o convite nos depoimentos de Hans River
atualizado
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O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) protocolou, nesta quarta-feira (19/02/2020), requerimento para convocar a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, para depor à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. O objetivo, segundo ele, é saber se existe “financiamento” do jornalismo para “promover linchamento virtual e assassinar reputações”.
Patrícia assina reportagem, no jornal, que denunciou o uso de esquema de envio em massa de mensagens via WhatsApp nas eleições de 2018. Na semana passada, ela foi vítima de acusações falsas de um ex-funcionário de uma das empresas que teriam feito esse serviço, a Yacows. Em depoimento também à CPMI, Hans River a acusou de se insinuar sexualmente em troca de informações.
Na justificativa, Jordy menciona as acusações de Hans: “Caso seja verdadeira, a conduta da jornalista em nome de busca de pautas jornalísticas é deplorável, sobretudo com o viés de atacar a campanha de um candidato à Presidência (do presidente Jair Bolsonaro, sem partido) por meio de matéria jornalística para favorecer outra candidatura (a do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT)”.
“Fica evidente que a jornalista Patrícia Campos Mello pode, com seu depoimento, elucidar inúmeras dúvidas sobre como funciona a redação destes tipos de matéria, se existe alguma ordem para produção de tais publicações e se existe financiamento de empresas, partidos políticos, órgãos públicos e parlamentares para a produção de matérias jornalísticas com fins de promover linchamento virtual e assassinar reputações”, sustentou.
Durante as oitivas da CPMI, Jordy também acusou Patricia de ser petista – informação que não é verdadeira, como consta nos registros partidários do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido do parlamentar ainda não foi apreciado.
Dono confirma que trabalhou nas eleições de 2018
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News nesta quarta-feira (19/02/2020), o sócio-proprietário da empresa Yacows Lindolfo Antônio Alves Neto afirmou que prestou serviços para agências que trabalharam nas campanhas dos candidatos à presidência em 2018 Jair Bolsonaro (sem partido) e Fernando Haddad (PT).
O proprietário da Yacows indicou que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) também contratou o serviço de disparo de mensagens durante as últimas eleições presidenciais.