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CPMI da JBS marca reunião mais cedo, já prevendo bate-boca e atrasos

Trabalhos começam às 9h de quarta (20). Entre os 141 requerimentos em pauta, dois tratam das convocações de Joesley e Wesley Batista

atualizado

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Divulgação/JBS
JBSSS
1 de 1 JBSSS - Foto: Divulgação/JBS

Está marcada para quarta-feira (20/9) a próxima reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, que investiga contratos da empresa com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o acordo de delação premiada entre os irmãos Batista e o Ministério Publico Federal. Nesta terceira reunião, os parlamentares começarão, pela primeira vez, os trabalhos às 9h, em vez de 14h30.

O Metrópoles apurou que o horário foi antecipado porque os membros da CPMI já preveem bate-boca e atrasos durante a apresentação do plano de trabalho, na primeira parte da reunião. Começando às 9h, o comando da comissão espera evitar que a sessão seja interrompida pelo início da ordem do dia nos plenários da Câmara e do Senado.

Se tudo correr como o previsto, nesta quarta (20), depois dos debates sobre o andamento da comissão – que precisa ser concluída até 12 de dezembro – senadores e deputados irão votar os requerimentos.

São nada menos do que 141 à espera da análise dos integrantes da CPMI. Entre eles estão as possíveis convocações do ex-procurador da República, Marcelo Miller; dos ex-presidentes do BNDES Luciano Coutinho e Demian Fiocca; dos irmãos Joesley e Wesley Batista – donos da JBS e delatores do esquema de corrupção envolvendo a empresa –; além do ex-executivo do grupo e também delator Ricardo Saud e do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Na semana passada, já havia 95 requerimentos em pauta e a reunião terminou sem a apreciação de nenhum deles. Nesta quarta (20), espera-se que ao menos os primeiros documentos sejam analisados pelos parlamentares. No entanto, os senadores e deputados que estão na comissão não esperam facilidade nos próximos meses.

Quando assumi a Presidência da comissão eu sabia que seria difícil. Já começou com o termômetro lá em cima. Só posso dizer que não vou passar a mão na cabeça de ninguém 

senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPMI

Divergência sobre relator
A CPMI da JBS foi tirada do papel no último dia 5, depois que Rodrigo Janot passou a investigar a delação premiada dos irmãos Batista. Na semana passada, dois senadores – Ricardo Ferraço (PSBD-ES) e Otto Alencar (PSD-BA) – deixaram a comissão após o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) ser eleito relator.

O nome de Marun foi uma exigência do PMDB, partido que tem mais cadeiras no Congresso Nacional. Porém, o deputado é apontado por oposicionistas como um “instrumento” do Palácio do Planalto para atacar os delatores da JBS e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do relator da CPMI da JBS informou que o deputado estava em Mato Grosso do Sul e não comentaria o assunto. Ele voltará para Brasília nesta terça-feira (19), quando debaterá com aliados e assessores os próximos passos da comissão.

Nesta segunda (18), depois dos escândalos envolvendo a empresa e a eleição de José Batista Sobrinho – pai de Joesley e Wesley – como presidente-executivo, a JBS perdeu quase R$ 1 bilhão de seu valor de mercado. Segundo levantamento da financeiras Economatica, a cifra caiu de R$ 24,149 bilhões para R$ 23,194 bilhões.

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