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CPMI da JBS adia início de oitivas e fecha mais uma semana sem avanços

Primeiros depoimentos seriam tomados nesta quarta (27/9), mas colegiado decidiu remarcá-los para os próximos dias 3 e 4 de outubro

atualizado

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1 de 1 willer21 - Foto: Reprodução

A Comissão Parlamentar Mista de Investigação da JBS adiou, mais uma vez, o início da fase de oitivas. Os primeiros depoimentos estavam previstos para as 9h desta quarta-feira (27/9), quando o procurador da República Ângelo Goulart Villela e o advogado Willer Tomaz de Souza (respectivamente, à esquerda e à direita da imagem em destaque) prestariam esclarecimentos a deputados e senadores. Na reunião desta tarde, o colegiado remarcou ambas as oitivas para 4/10: por enquanto, apenas Willer Tomaz confirmou presença.

O presidente da CPMI, Ataídes Oliveira (PSDB/TO), disse ao Metrópoles que o adiamento é resultado da semana agitada no Congresso Nacional: Câmara e Senado têm votação da reforma política em plenário. Além disso, a Câmara se debruça sobre a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, que, oficialmente, começa a tramitar na Casa nesta terça (26). Ataídes Oliveira afirmou, ainda, que os depoentes foram avisados sobre suas oitivas muito em cima da hora, e, por isso, não conseguiram comparecer.

No entanto, a reportagem apurou que o procurador Ângelo Goulart teria ficado “chateado” por ter sido convocado pela comissão, e não apenas convidado a prestar esclarecimentos. Ângelo acredita que, devido ao seu cargo na PGR, não poderia ser obrigado a comparecer, visto que o não atendimento a uma convocação pode resultar em condução coercitiva do depoente pela Polícia Federal.

A intenção da CPMI é que o procurador e o advogado Willer Tomaz prestem depoimento no próximo dia 4, enquanto o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e o advogado Marcio Lobo, que representa os sócios minoritários da JBS, devem comparecer às oitivas na terça-feira, dia 3.

Acusações
Pela proximidade de Ângelo Goulart e de Willer Tomaz com os irmãos Joesley e Wesley Batista, a maioria dos deputados e senadores da comissão acredita que os dois podem trazer informações importantes às investigações. Tanto que a convocação de Willer Tomaz foi aprovada por unanimidade pelo grupo, enquanto a de Ângelo Goulart Villela teve o voto contrário apenas do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A dupla é acusada de utilização de cargo público em benefício do grupo JBS. Segundo as investigações, o advogado Willer Tomaz aliciou o procurador Ângelo Goulart para que ele repassasse informações privilegiadas sobre as investigações da Operação Greenfield — que apura rombo bilionário nos maiores fundos de pensão do país e favorecimento a uma empresa de celulose controlada pelo conglomerado J&F, holding controladora da JBS. Os dois foram presos em 18 de maio, mas liberados no último dia 1º de agosto.

O depoimento do procurador é mais aguardado porque, desde que saiu da cadeia, Ângelo Goulart Villela vem tentando desvalorizar o trabalho do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, questionando as delações dos donos da JBS.

Até a publicação desta matéria, a defesa do procurador não tinha se manifestado sobre o depoimento à CPMI. Já o advogado Willer Tomaz garantiu que irá comparecer por vontade própria. “Eu acho muito importante esse momento porque, até agora, eu não tive a oportunidade de me defender e esclarecer as acusações que venho recebendo”, afirmou.

Requerimentos
Apesar do baixo quórum na comissão, após decidirem pelo adiamento das oitivas, os integrantes começaram a votar 15 requerimentos que pedem quebra de sigilos e informações adicionais sobre os investigados e as denúncias feitas pelos delatores da JBS.

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