CPI vai compartilhar com STF ataques de Fakhoury a senadores
Pedido partiu do vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e foi acatado pelo presidente Omar Aziz (PSD-AM)
atualizado
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O vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), solicitou, nesta quinta-feira (30/9), que o colegiado compartilhe as informações apuradas contra o empresário Otávio Fakhoury com o Supremo Tribunal Federal (STF), que já o investiga no âmbito do inquérito das fake news e de atos antidemocráticos.
Randolfe narra que o pedido resulta de ataques dirigidos pelo empresário aos parlamentares.
“Peço o compartilhamento, por linguagem de ódio, ao inquérito de Fake News, tanto a denúncia feita aqui pelo senador Fabiano Contarato quanto as agressões feitas a outros senadores”, pediu o parlamentar. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), acatou o pedido: “Será feito isso”.
Ao longo do depoimento do empresário, senadores apresentaram prints de mensagens ofensivas publicadas por Fakhoury nas redes sociais. Na maioria dos ataques, os alvos são senadores de oposição que integram o colegiado, incluindo publicações homofóbicas.
Em razão das publicações, senadores da CPI também solicitaram que a Polícia Legislativa o investigue por crime de homofobia e discurso de ódio. Em um dos casos, Fakhoury tece comentários homofóbicos sobre o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
Desabafo
Na postagem, o empresário publica: “O delegado homossexual assumido talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário. Quem seria o perfumado que o cativou?”. Isso porque Contarato fez uma publicação em que troca “flagrancial” por “fragancial”.
Em tom de desabafo, o senador do Espírito Santo pediu que o depoente seja responsabilizado pelo crime de homofobia. “O senhor não é um adolescente, o senhor é casado, o senhor tem filhos e a sua família não é melhor que a minha. Que tipo de imagem o senhor deixa para os seus filhos?”
“Não poderia deixar de me pronunciar sobre essa agressão. O senhor vem aqui nesta comissão e diz que pauta sua vida observando os princípios da legalidade e da moralidade. Que moralidade é essa?”, prosseguiu.
Os demais senadores em plenário demonstraram solidariedade ao senador atacado. “Tenho vergonha de ter você como brasileiro. Vergonha dessas pessoas que agem com esse princípio baixo e vergonhoso”, disse o senador Marcos do Val (Podemos), também do Espírito Santo, ao depoente.
Fakhoury é apontado como financiador de campanhas de disseminação de informações falsas sobre a pandemia do novo coronavírus.
O nome do bolsonarista entrou no radar da CPI após a quebra de sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico dos canais acusados de propagarem notícias inverídicas. Movimentações levantadas pela Receita Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontam transações e financiamentos de Fakhoury a estes canais.