CPI vai ao STF para obrigar lobista da Precisa a depor, diz Aziz
Presidente da CPI da Covid-19 afirma que Marconny Nunes está se negando a receber intimações para depor na comissão
atualizado
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O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), disse, nesta quarta-feira (1º/9), que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria a prestar depoimento ao colegiado nesta quinta-feira (2/9).
O possível depoente é apontado como lobista da Precisa Medicamentos para destravar vendas de testes contra a Covid-19 com o Ministério da Saúde.
O senador informou aos pares que Marconny estaria “se negando a receber” as intimações para depor à comissão. Diante das recusas, Aziz comunicou que irá tomar medidas mais drásticas. “Iremos entrar agora com um pedido para trazê-lo por meio da polícia para vir depor”, enfatizou.
De acordo com o presidente da comissão, caso a CPI não consiga decisão uma favorável, os senadores ouvirão, então, a diretora-presidente da VTCLog, Andréia Lima. Nesta quarta, a comissão colhe o depoimento do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, funcionário da empresa que cuida da logística da Saúde.
Quem é Marconny?
Esperado para depor, Marconny é apontado como lobista da Precisa Medicamentos. Segundo o requerimento de convocação do empresário, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o depoente já foi alvo de outras investigações e de mandado de busca e apreensão em sua residência.
O vice-presidente relata haver mensagens trocadas entre o lobista e Ricardo Santana, um dos presentes no jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, em que, supostamente, negociou-se a cobrança de propina por doses de vacinas que viriam a ser vendidas ao Ministério da Saúde pela Davati Medical Supply.
Segundo o senador, a Controladoria-Geral da União apontou evidências de tentativa de interferência do lobista no processo de chamamento público para contratação direta de 12 milhões de testes de Covid-19, com a ajuda de Roberto Dias, para beneficiar a empresa Precisa Medicamentos.
“As mensagens reforçam as suspeitas sobre a atuação de Roberto Dias no Ministério da Saúde e deixam claro existir de fato um mercado interno na pasta que busca facilitar compras públicas e beneficiar empresas, assim como o poder de influência da empresa Precisa Medicamentos antes da negociação da vacina Covaxin”, destacou o vice-presidente.