CPI tem bate-boca e microfones cortados: “Não seja covarde, senador”
Governista Marcos Rogério (DEM-RO) discutiu com senador Otto Alencar (PSD-BA), que o acusou de “ser covarde”
atualizado
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O senador Otto Alencar (PSD-BA) discutiu, nesta quarta-feira (9/6), com o colega Marcos Rogério (DEM-RO) sobre a votação de requerimentos de convocação. O governista é contrário à entrada na pauta de convocações em prazo inferior a 48 horas, como determina o regimento interno do Senado Federal. Há, contudo, o entendimento de que pode se pautar, de última hora, os requerimentos tidos como urgentes.
A confusão teve início quando Rogério votou contra requerimento de Otto que previa a acareação entre a infectologista Luana Araújo e a coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fantinato, para identificar de quem partiu a ordem de recomendar a imunização de parturientes contra Covid-19.
“É bom registrar o voto do senador Marcos Rogério, do senador Luís Carlos Heinze, contra investigação da morte das parturientes”, disse Otto, irritando o colega, que respondeu: “Não seja covarde, senador Otto. Não seja covarde. Não faça isso, vossa excelência sabe o respeito que tenho por vossa excelência, mas não faça isso”.
O senador baiano rebateu: “Covarde é vossa excelência. Covarde é quem tá no governo, quem tem coragem é quem está contra o governo”. Neste momento, os ânimos se exaltaram e os microfones do colegiado foram cortados. Os demais senadores presentes se levantaram das cadeiras e foram em direção a Otto, para acamá-lo.
Coube ao presidente, senador Omar Aziz (PSD-AM), tentar contornar a situação e pedir calma aos companheiros de colegiado.
A discussão ocorreu em sessão deliberativa que antecedeu a oitiva do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Ele era o braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello na pasta entre junho de 2020 e março de 2021.
A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com o desabastecimento de oxigênio hospitalar, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.