CPI solicita à PF segurança para advogada de médicos da Prevent Senior
Na CPI da Covid, Bruna Morato relatou os ataques que têm sofrido por parte da operadora de saúde e até a invasão ao seu escritório
atualizado
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O vice-presidente da CPI da Covid-19, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), solicitou à Polícia Federal, nesta terça-feira (28/9), a devida segurança para a advogada Bruna Morato, que representa ex-médicos da Prevent Senior.
“Quero solicitar à PF a segurança para o acompanhamento da doutora Bruna Morato, em quanto tempo terá o despacho a essa disposição e, se não ocorra, a CPI, através da Polícia Legislativa, possa tomar a providência cabível”, pediu Randolfe, atendendo ao pedido da advogada.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sugeriu que, caso a advogada se sinta ameaçada, procure o Senado Federal. A advogada, então, disse que gostaria de proteção. “Tenho preocupação para o que vai ser da minha vida depois de hoje”, disse.
No início do depoimento, Bruna Morato relatou que tem sofrido ataques da operadora de saúde e que houve até a invasão ao seu escritório.
Dossiê dos médicos
Os profissionais de saúde representados por Bruna Morato elaboraram um dossiê entregue à comissão com denúncias de uso indiscriminado, nos hospitais da empresa, de medicamentos – como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina – sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19.
A empresa, conforme revelou o Metrópoles, adotou o protocolo de administrar esses fármacos e passou dados para acompanhamento do governo federal. O padrão de uso foi desenvolvido com a ajuda de ao menos um membro do “gabinete paralelo”, que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia.
Além disso, a operadora de saúde é acusada de ter coagido médicos para que aplicassem as drogas em pacientes sem o conhecimento deles ou dos familiares, e até do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A empresa também é suspeita de ter ocultado, em estudo sobre a cloroquina, o número de mortes de pessoas em tratamento contra a Covid-19.
Outra acusação que pesa sobre a empresa é a de alterar atestados de óbitos para ocultar morte de pacientes por Covid-19, com orientação para os médicos mudarem os prontuários.