CPI representará no CNJ contra juíza que chamou comissão de “circo”
Juíza Elizabeth Machado Louro ofendeu o colegiado do Senado Federal durante julgamento do caso Henry Borel
atualizado
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A CPI da Covid-19 representará junto à Advocacia-Geral do Senado Federal contra a juíza do Rio de Janeiro Elizabeth Machado Louro, que chamou o colegiado de “circo” durante o julgamento sobre a morte do menino Henry Borel, de 4 anos. A representação será feita no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Aqui não é CPI. Aqui a gente está para ouvir a testemunha. Isso aqui não vai virar circo”, afirmou a magistrada nesta quarta-feira (6/10).
A manifestação provocou repúdio dos senadores. “Essa CPI não pode permitir, isso não pode ser aceitável. Assim como tivemos a firmeza necessária para expulsar até parlamentar, não podemos aceitar que tentem enxovalhar ou tumultuar o trabalho final da comissão”, criticou o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“Procure começar a trabalhar. Tem muito grupo miliciano para ela botar na cadeia ao invés de fazer de suas sessões um verdadeiro circo”, prosseguiu o amapaense.
O relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou a conduta da magistrada. “Deplorável que uma juíza se esconda por trás de uma toga para ofender essa comissão parlamentar de inquérito”, disse.
Diante da manifestação da magistrada, a CPI requereu informações sobre providências à Corregedoria do Tribunal de Justiça do RJ e ao Conselho Nacional de Justiça. “Nós vamos acompanhar bem de perto. É o mesmo discurso que nós estamos vendo aqui, ato contínuo”, completou o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Depoimento desta tarde
O encaminhamento dos senadores foi aprovado durante depoimento destinado a ouvir o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho.
Rebello foi convocado pela comissão para esclarecer ações da ANS diante das denúncias levadas à CPI sobre a ação da Prevent Senior na pandemia. Em sua primeira intervenção na oitiva, o diretor da ANS as considerou “extremamente graves”.
A convocação de Rebello também visa levantar informações sobre a atuação dele enquanto chefe de gabinete do Ministério da Saúde – cargo que ocupou entre 2016 e 2018, sob o comando do então ministro Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo na Câmara dos Deputados.