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CPI: Renan diz que Ernesto Araújo transfere ônus da crise a Pazuello

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues, sugeriu que, diante disso, o ex-ministro da Saúde deveria colaborar com a comissão

atualizado

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Renan Calheiros
1 de 1 Renan Calheiros - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, nesta terça-feira (18/5), que o depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo foi importante e jogou o ônus dos erros do governo federal na condução da diplomacia e da pandemia da Covid-19 no colo do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

“Respondendo a todas as perguntas, ele [Ernesto Araújo] sistematicamente falou que todas as políticas externas aconteceram a partir de decisões do Ministério da Saúde, com exceção da importação de cloroquina e da viagem a Israel. Fazendo isso, ele transfere o ônus ao Pazuello”, declarou.

Com base no depoimento do ex-chanceler, nestes dois últimos casos, a responsabilidade foi do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“O que o Supremo [Tribunal Federal] decidiu é que o ministro Pazuello não vai dizer nada que possa incriminá-lo e esse não é o propósito da Comissão Parlamentar de Inquérito. Não queremos investigar pessoas, queremos fatos. Sobre ele, outros falarão”, afirmou Renan sobre o habeas corpus concedido ao ex-titular da Saúde.

“Como secretário-executivo, ministro interino e ministro da Saúde, ele [Pazuello] pode colaborar com a CPI na busca pela verdade. Na medida que [membros e ex-membros do] governo vêm aqui e transferem a responsabilidade para ele”, acrescentou.

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues, sugeriu que Pazuello deveria colaborar, visto que todos os elementos se direcionam a ele. “A melhor coisa que o senhor Eduardo pazuello poderia fazer amanhã (19/5) é colaborar com a CPI. Os elementos vão apontar a ele a morte de centenas de milhares de brasileiros”, disse.

“Gabinete paralelo”

O relator também destacou que a oitiva do de Araújo corrobora com a existência do “gabinete paralelo”.

“Era uma espécie de ‘Ministério da Doença’ contra o Ministério da Saúde. Que despachava com o presidente e fazia suas reuniões no Palácio do Planalto, estabelecia política pública, dizia onde se gastaria dinheiro e até sugeriu mudar bula de remédio. E, do outro lado,[o Ministério da Saúde] nem sequer vacina poderia comprar”, disse.

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Para Ernesto Araújo, governo Bolsonaro virou "base do Centrão"
Ernesto Araújo na CPI da Covid
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Ernesto Araújo e Omar Aziz na CPI da Covid

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Para Ernesto Araújo, governo Bolsonaro virou "base do Centrão"

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Vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues

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CPI da Covid em sessão de depoimento

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Araújo foi o sétimo depoente do colegiado. Antes dele, os senadores ouviram o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, além dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.

A comissão ouvirá, nesta quarta-feira (19/5), o ex-ministro Eduardo Pazuello, que teve a oitiva adiada no último dia 5, após alegar ter tido contato com dois servidores infectados pela Covid-19.

A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

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