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CPI recebe ex-governador do Rio Wilson Witzel, que pode ficar calado

Ex-chefe do Executivo fluminense teve habeas corpus concedido e, mesmo com a opção de não falar, assegura que quer colaborar com comissão

atualizado

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Wilson Witzel dá coletiva de imprensa e diz ser inocente
1 de 1 Wilson Witzel dá coletiva de imprensa e diz ser inocente - Foto: Carlos Magno/Gov RJ

A CPI da Covid deve ouvir, nesta quarta-feira (16/6), o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, que, após sofrer impeachment por suposto desvio de recursos da Saúde durante a pandemia da Covid-19, está inelegível por cinco anos. Apesar de ter um habeas corpus que o permite não comparecer à audiência e, se for, ficar calado, Witzel assegura que vai prestar depoimento e que quer colaborar com a comissão.

A convocação tem relação com uma série de denúncias de que o ex-governador teria se beneficiado de um esquema de corrupção no início da pandemia. O Ministério Público Federal aponta que Witzel recebia um percentual das propinas que eram pagas dentro da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro.

Witzel entrou com um pedido de habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar falar sobre ações relativas ao Rio de Janeiro à CPI da Covid, sob o argumento de que ele já é investigado e a obrigação de prestar depoimento à CPI seria um desrespeito a seu direito à não autoincriminação.

O ministro Nunes Marques, do STF, concedeu o pedido. Com isso, o ex-governador poderá ficar em silêncio e não precisa prestar o juramento de falar a verdade. “Responderei a todas [as perguntas] que for possível”, afirmou Witzel.

“Witzel alega que foi vítima de perseguições políticas. Queremos saber que perseguições foram essas e a partir de que momento vieram essas perseguições e o por quê? Ele [Witzel] terá oportunidade única de responder às acusações que sofre nessa CPI”, afirma o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Requerimentos

Os senadores também vão convocar o ex-secretário-geral do Consórcio Nordeste Carlos Gabas e quebrar os sigilos bancário e fiscal de, ao menos, três farmacêuticas – Vitamedic, Apsen e Precisa -, além do sigilo telefônico, telemático, fiscal e bancário do empresário bolsonarista Carlos Wizard.

Ademais, eles vão analisar a reclassificação de alguns documentos recebidos pela CPI como sigilosos.

Com o possível não comparecimento de Wizard ao depoimento marcado para esta quinta-feira (17/6), os parlamentares buscam outras alternativas para investiga-lo.

Uma delas é a partir da quebra de sigilo, mas devem requisitar a retenção do passaporte do empresário quando ele vier ao Brasil até que preste depoimento.

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Wilson Witzel e Flávio Bolsonaro
Wilson Witzel, governador do Rio afastado, em julgamento no Tribunal de Justiça
Oitiva com o ex-secretário de saúde do estado do Amazonas
Senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid
Omar Aziz e Renan Calheiros em oitiva com ex-secretário de Saúde do Amazonas
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Wilson Witzel

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Relator foi o primeiro a fazer questionamentos

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CPI da Covid ouve Marcellus Campêlo

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Ministério paralelo

Wizard, que supostamente integrava o “ministério paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia, está nos Estados Unidos e não mostrou disposição de comparecer à CPI.

A comissão marcou para o mesmo dia o depoimento do auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, do Tribunal de Contas da União (TCU), responsável por elaborar uma análise divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro como se fosse do TCU questionando o número de mortes por Covid-19 no Brasil. O tribunal desmentiu o presidente, afastou o auditor e abriu uma sindicância para apurar o fato.

A CPI realizará, na sexta-feira (18/6), nova audiência pública, desta vez com médicos que defendem medicamentos sem comprovação de eficácia: Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves. Zimerman, inclusive, esteve na comitiva que foi a Manaus, em janeiro deste ano, divulgar o tratamento precoce.

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