CPI: Randolfe é contra remarcar acareação entre Onyx e Luis Miranda
Na avaliação do vice-presidente da CPI da Covid-19, oitiva entre o ministro e o deputado será “improdutiva”
atualizado
Compartilhar notícia
O vice-presidente da CPI da Covid-19, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, nesta terça-feira (17/8), que a comissão não pretende remarcar a acareação entre o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o ministro Onyx Lorenzoni.
Inicialmente, o comando do colegiado decidiu pela suspensão da oitiva, mas deixou em aberto a possibilidade de remarcação da sessão. Randolfe, agora, defende que ela não ocorra mais.
Na avaliação do senador, seria “improdutiva” uma acareação entre as partes sobre as tratativas do governo federal pela aquisição da vacina indiana Covaxin. “Em princípio, eu não acredito que, a não ser que existam fatos supervenientes, seja necessário remarcá-la”, enfatizou.
Randolfe afirma que a principal dificuldade do depoimento é a adoção de medidas coercitivas sobre parlamentares.
“O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, incorreu em crime de falso testemunho e, por ser um parlamentar, a CPI não pode não ter possibilidade de tomar nenhuma medida coercitiva em relação a esse abuso”, explicou.
A sessão entre o ministro e o congressista estava marcada para a próxima quarta-feira (18/6). Os parlamentares esperavam confrontar as versões dos dois sobre as negociações entre Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos na compra da vacina Covaxin.
No lugar da acareação, foi decidido pelo depoimento de Túlio Silveira, advogado da Precisa.
Miranda diz que houve três versões enviadas à negociação: a primeira, enviada em 18 de março, conteria 300 mil unidades por US$ 45 milhões e pagamento antecipado; na segunda, remetida em 19 de março, haveria o fornecimento de 3 milhões de unidades, com pagamento antecipado; a terceira proposta seria semelhante à segunda, mas sem necessidade de pagamento antecipado.
Lorenzoni, por sua vez, exibiu a primeira versão do documento, para evidenciar a diferença do texto apresentado por Miranda. Ele, à época ocupando a cadeira de ministro da Secretaria-Geral da Presidência, chegou a afirmar que o documento apresentado pelos irmãos era “falso”.