CPI quer que hospital informe quadro de saúde de depoente: “Não vai fugir”
Marcos Tolentino, suposto sócio oculto da Fib Bank alegou sofrer com sequelas da Covid-19 para não prestar depoimento nesta quarta-feira
atualizado
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A CPI da Covid-19 vai requerer informações sobre o estado de saúde do advogado Marcos Tolentino ao hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde está internado. Esperado para depor nesta quarta-feira (1º/9), o suposto sócio oculto da Fib Bank alegou sofrer com sequelas da Covid-19 para se abster a depor na comissão.
Na abertura da sessão, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) sugeriu que Tolentino, apesar de ter sido internado nesta manhã, não aparentava mal estar na noite dessa terça (31/8).
“Ontem, às 22h, estava conversando normalmente com uma pessoa, que me reservo de não dar o nome, como se não tivesse absolutamente nada. Não creio que médico dará um atestado sem motivo”, disse o senador, sugerindo que a internação possa ser uma estratégia do depoente para postergar a oitiva. “Vai fugir hoje, vai fugir amanhã, mas vem”, completou Aziz.
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu que o colegiado não encerre os trabalhos antes de ouvir Tolentino. “Não adianta ele se internar, procurar o hospital, tentar fugir da Comissão Parlamentar de Inquérito. Não adianta, só vamos encerrar quando ouvi-lo”, enfatizou.
Calheiros narra que a estratégia de evitar o depoimento não é nova. “Isso não é novo. Tivemos depoente que viajou para o exterior, alegou quarentena para não depor. Sempre fugiram desta forma, desde Pazuello que nos deparamos com esse problema”, afirmou, referindo-se ao episódio em que o ex-ministro da Saúde alegou ter tido contato com pessoa contaminada pelo novo coronavírus para não ir depor.
Remarcação
No lugar de Tolentino, a CPI da Covid ouve Ivanildo Gonçalves Silva, motoboy da VTCLog que teria sacado valores milionários para a empresa responsável pela logística do Ministério da Saúde.
Ivanildo conseguiu no início da semana, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o direito de se abster ao depoimento na comissão. A decisão, em caráter liminar, foi expedida pelo ministro Nunes Marques. A CPI já recorreu e espera que o recurso seja levado ao plenário da Corte.