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CPI quer ouvir Abin sobre “guerra química” apontada por Bolsonaro

Fala do presidente sobre a China provocou reações dos integrantes do colegiado, que agora cobram esclarecimentos do governo federal

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Tasso Jereissati
1 de 1 Tasso Jereissati - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou, nesta quinta-feira (6/5), requerimento de convocação de representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para prestar esclarecimentos sobre a suposta “guerra química” mencionada em discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na quarta (5/5).

Tasso classificou a fala de Bolsonaro, acusando a China de ter supostamente fabricado o novo coronavírus em laboratório, como uma das “mais graves e sérias” que já viu um mandatário do país fazer. “Se não for verdade, estamos fazendo uma injúria, uma calúnia ao maior fornecedor de vacinas”, completou o tucano.

Em resposta ao senador, o ministro da Saúde afirmou desconhecer “indícios de guerra química vindo da China”. “Relações com a China são excelentes. Eu desconheço esses aspectos. O que posso dizer para o senhor, com relação à China, é que nossa relação com o embaixador da China é a melhor possível”, ponderou.

Na sessão de quarta, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), também se posicionou de forma contrária à manifestação de Bolsonaro.

Aziz lembrou que o país é dependente da China para aquisição de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), insumo utilizado no desenvolvimento das vacinas que hoje imunizam a população brasileira. “Hoje foi muito ruim, viu, Fernando. Ele [Bolsonaro] fala em guerra química”, disse, dirigindo-se ao senador Fernando Bezerra (MDB-PE), que é o líder do governo no Senado.

“Não é momento de a gente cutucar ninguém, nem aqui entre nós. Nós estamos na mão dos chineses para trazer o IFA, a gente depende da China para alguns insumos”, acrescentou o presidente da CPI.

Relação conturbada

Desde o início da pandemia, Bolsonaro insiste que a China é responsável pela proliferação do coronavírus. O discurso foi o mesmo adotado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. A China, no entanto, continua sendo o maior parceiro comercial do Brasil.

Um dos exemplos das investidas do presidente contra o país asiático foi a comemoração da suspensão dos testes da vacina do laboratório chinês Sinovac, após o registro de um “evento adverso” com um voluntário. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu o chefe do Executivo federal no Twitter.

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