CPI quebra sigilos e pede busca e apreensão de celular do motoboy da VTCLog
Ivanildo Gonçalves se recusou a ceder aparelho à comissão, para coleta de informações sobre investigados
atualizado
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 aprovou, nesta quarta-feira (1º/9), extrapauta, os requerimentos de pedidos de busca e apreensão do celular do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, da VTCLog, e de quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do profissional. Na mesma sessão, também foi aprovada a convocação de Zenaide Sá, funcionária do setor financeiro da empresa de logística.
O colegiado aprovou ainda requerimento de informação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), com o objetivo de apurar se as operações da VTCLog foram devidamente comunicadas ao órgão. A comissão decidiu ainda requerer as imagens registradas nas câmeras da agência da Caixa Econômica Federal, bem como de postos de atendimento, caixas eletrônicos ou quaisquer outros pontos localizados no aeroporto de Brasília, no período desde janeiro de 2018 até esta quarta-feira.
Os requerimentos foram apresentados pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que, antes, perguntou ao motoboy se ele poderia disponibilizar o aparelho celular voluntariamente à CPI, para a coleta de informações relacionadas aos investigados. Gonçalves, porém, recusou.
“Há claros indicativos acerca da existência de um esquema recorrente da empresa em sua atuação junto ao Ministério da Saúde, sem indícios de que tenha cessado durante o período da pandemia, motivo pelo qual se faz absolutamente necessária a transferência de todos os sigilos ora apontados, de forma a averiguar os exatos detalhes da conduta da empresa VTCLog através dos préstimos de seu motoboy”, diz o requerimento de quebra de sigilos, referentes ao período desde janeiro de 2018 até a presente data.
A VTCLog entrou no radar da CPI após os senadores desconfiarem de valores movimentados pela companhia e pelo Ministério da Saúde. O nome da empresa apareceu pela primeira vez quando parlamentares decidiram investigar contratos entre a pasta e os colaboradores, após irregularidades que envolveram as tratativas da vacina indiana Covaxin.
A CPI identificou, por meio de relatórios de inteligência do Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que o motoboy teria sacado R$ 4.743.693,00 para a empresa, parte deste montante em espécie.